Navios da Marinha do Brasil (MB) participam de uma série de exercícios em coordenação com navios da Armada da República da Colômbia (ARC) e da Marinha de Guerra do Peru (MGP), durante a Operação “BRACOLPER 2025”, iniciada no dia 18 de julho e que seguirá até 31 de julho.

A tradicional operação multinacional é realizada na região amazônica há 51 anos com intuito de fortalecer a interoperabilidade e a confiança mútua entre as nações, de forma a contribuir com a repressão de ilícitos na tríplice fronteira.

A MB emprega os Navios-Patrulha Fluvial “Raposo Tavares” e “Rondônia”, e o Navio de Assistência Hospitalar “Oswaldo Cruz”, do Comando da Flotilha do Amazonas, além de um destacamento de Fuzileiros Navais do 1º Batalhão de Operações Ribeirinhas e uma aeronave do 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral do Noroeste.

O Comandante do 9º Distrito Naval, Vice-Almirante João Alberto de Araujo Lampert, destaca a importância da Operação “BRACOLPER” no escopo de ações que visam contribuir com a defesa e a soberania da região amazônica.

Temos reuniões de comandos, reuniões de inteligência e, quanto mais nos aprofundamos nesses estudos, mais temos a certeza de que temos muito a contribuir para as nossas Marinhas e para os nossos países. Esse esforço conjunto é feito para defender, proteger e desenvolver as nossas Amazônias, cada uma com as suas características”, disse o Almirante Lampert.

O Comandante ressaltou também que, neste ano, será a primeira vez que as Marinhas realizarão uma atividade de patrulha naval coordenada em conjunto, entre as fases 2 e 3, esta última programada para os meses de agosto e setembro, na cidade de Manaus (AM).
 

Rio Amazonas foi palco de exercícios

Principal meio fluvial que conecta os três países e o maior rio do mundo (em vazão de água), o Rio Amazonas foi palco de diversos exercícios e adestramentos em conjunto entre as três Marinhas. Além dos navios brasileiros, participam os navios ARC “Arauca” e ARC “Reyes”, da Marinha da Colômbia, e os navios BAP “Castilla” e o BAP “Clavero” e uma aeronave MI-8T, da Marinha do Peru.

As atividades já realizadas incluem o assalto fluvial, que consiste no desembarque coordenado de tropas em áreas ribeirinhas, com o apoio de meios navais e aeronavais, visando conquistar ou controlar posições estratégicas. O treinamento reforçou a capacidade de projeção de poder em ambientes fluviais.

Também foram executados exercícios de comunicação, inclusive no idioma espanhol, como o de comunicação por bandeiras e por lampejos. Os navios coordenaram, ainda, manobras táticas simuladas durante a navegação até Iquitos, no Peru, com foco na movimentação estratégica em formação, troca de posição e resposta a ameaças simuladas.

Outra atividade praticada foi o leap frog, ou light line, que envolve a prática de aproximação e manutenção de posição entre dois navios navegando lado a lado, utilizando um cabo leve (light line) para simular operações logísticas no mar, como reabastecimento ou transferência de carga leve entre embarcações. Além dela, os militares treinaram a atracação sob ameaça assimétrica, momento em que as tripulações atracam embarcações em portos ou margens sob possível ameaça de ações irregulares, como ataques de pequenas embarcações hostis ou sabotagens, exigindo vigilância, coordenação e resposta rápida da equipe.

Desfiles Naval e Militar em celebração à data magna dos países

Além de seu caráter operativo, a Operação “BRACOLPER” integra eventos institucionais que celebram as datas magnas dos países envolvidos.

No dia 20 de julho, uma comissão representativa da Marinha do Brasil, composta por 45 militares, participou do Desfile Militar em celebração à Independência da Colômbia, na cidade de Letícia. No mesmo dia, navios brasileiros realizaram um Desfile Naval ao lado dos navios colombianos e peruanos.

No dia 28 de julho, data em que é comemorada a Independência no Peru, os brasileiros integraram o Desfile Militar na cidade de Iquitos, seguido de um Desfile Naval na região.

Foto de capa: Segundo-Sargento (Manobras e Reparos) Gustavo

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