Mais de uma centena de histórias de luta, dedicação e resignação foram recompensadas na manhã desta segunda-feira (8), em Brasília (DF). Isso porque os 113 jovens alunos da primeira turma do Curso de Formação de Soldados Fuzileiros Navais (C-FSD-FN) de 2024 encerraram, com sucesso, as 19 semanas de uma árdua trajetória, e, prestando juramento à Bandeira Brasileira, foram incorporados à Marinha do Brasil (MB).
O evento, permeado por lágrimas de alegria de familiares e amigos presentes no Centro de Instrução Almirante Domingos de Mattos Cortez, o CIAB, permitirá à MB ter em suas fileiras novos combatentes anfíbios, assim como aconteceu nesta sexta-feira (5), no Centro de Instrução Almirante Milcíades Portela Alves (CIAMPA), no Rio de Janeiro (RJ). Lá, 660 soldados combatentes receberam, por fim, suas divisas de Soldados Fuzileiros. Destes, 114 mulheres fizeram história ao se tornarem as primeiras Fuzileiros Navais do País.
A mãe do agora Soldado Fuzileiro Naval Edmar Felipe, Márcia Regina, precisou conter o choro para afirmar que, apesar de ter sido um sonho de seu filho, a conquista dele representou um prêmio a toda família. “Na verdade, eu nunca tinha sonhado em ter um filho militar, mas agora sonhamos juntos. Ele está lindo, maravilhoso!”, celebrou. Seu filho Edmar conta que o curso “puxado”, ou seja, difícil, representou apenas um degrau para todas as suas conquistas futuras. “Daqui para frente é cabeça erguida, continuar seguindo em frente”, completou.
“É uma honra muito grande para o nosso Distrito Naval ter, subordinado a ele, este Centro de Instrução. É uma escola onde se forma mentalidade, e hoje é um dos dias de maior júbilo aqui para a nossa região, porque temos 113 jovens Aprendizes-Fuzileiros que hoje se tornaram Soldados”, celebrou o Comandante do 7º Distrito Naval, Vice-Almirante José Vicente de Alvarenga Filho.
O Vice-Almirante Alvarenga lembrou que tal curso de formação só existe no Rio de Janeiro e na Capital Federal, e que, sendo Fuzileiro Naval, cada jovem agora é parte de um Corpo indissociável da Marinha do Brasil. “Uma tropa com característica expedicionária, totalmente profissional e formada por voluntários. Por isso, hoje é um dia de festa para nós, que estamos aqui no coração do Brasil”, completou o Vice-Almirante Alvarenga.
O Vice-Almirante (Fuzileiro Naval) Pedro Luiz Gueiros Taulois, atual Comandante do Pessoal de Fuzileiros Navais, aproveitou para frisar a integração entre CIAB e o Centro do Rio de Janeiro. “Um exemplo é o exercício da Marambaia (RJ), onde os militares de Brasília se deslocaram para o Rio de Janeiro e, junto ao pessoal do CIAMPA, fizeram exercícios conjuntos durante uma semana, empregando os conhecimentos obtidos”, explicou.
O Vice-Almirante Taulois também destacou que a carreira militar sempre foi “promissora, com muita expectativa, mas também grandes oportunidades”. Segundo ele, a MB se caracteriza pela meritocracia, desde que a pessoa se dedique bastante e se empenhe nas atividades. “E eles, que estão se formando aqui, certamente terão muitas oportunidades pela frente”, pontuou.
“Vibra que não dói”
A expressão “vibra que não dói”, componente de uma das canções militares mais conhecidas e utilizadas nos Treinamentos Físico Militares (TFM) das turmas de Fuzileiros (do CIAB e do CIAMPA), representa a exortação inerente às atividades militares, sendo sempre fator de encorajamento, e principalmente de superação das dores e do cansaço físico e mental, inevitáveis em um dos cursos de formação mais exigentes das Forças Armadas.
As 19 semanas (quatro meses e meio) de intenso treinamento militar exigiram alta resistência física e mental dos alunos, que enfrentaram uma rotina intensa de atividades letivas e físicas.
Durante o curso, houve aprendizado teórico em disciplinas como “Instrução Básica de Combate”, “Armamento e Tiro“, “Operações” e “Artes Marciais“. Além disso, os então Aprendizes-Fuzileiros Navais também participaram de inúmeros exercícios de campo.

Os alunos de Brasília, inclusive, realizaram manobra junto aos recém-formados Soldados Fuzileiros Navais do Rio de Janeiro (RJ), na Ilha da Marambaia (RJ). Tal evento é uma das últimas etapas do Curso, e materializou a transformação completa dos alunos do curso em combatentes anfíbios da Marinha do Brasil. Após a formatura, os Soldados Fuzileiros Navais agora poderão ser designados para servir em organizações militares distribuídas em qualquer parte do território nacional.
A presença feminina na Marinha
A história precursora da participação feminina na Marinha começou em 1980 com a criação do Corpo Auxiliar Feminino da Reserva. Nos anos 90, foi realizada uma reestruturação que ampliou a participação em cargos de Direção, Comando e comissões, culminando com a promoção, em 2012, da Contra-Almirante (Médica) Dalva Maria Carvalho Mendes, primeira militar brasileira a alcançar o posto de Oficial-General.
Em 2014, 12 jovens integraram a primeira turma de Aspirantes femininas na Escola Naval. Em 2023, ingressaram as primeiras mulheres na Escola de Aprendizes-Marinheiros de Santa Catarina e no Colégio Naval. O ingresso das novas Soldados Fuzileiros Navais, em 2024, completa o ciclo pioneiro da Força.
Assista ao vídeo:
youtube[https://www.youtube.com/embed/5hcP4TlIvRY?rel=0&]
Comentários
Que elas continuem a honrar o nome, FUZILEIROS NAVAIS,
ADSUMUS
Parabéns CIAB-DF por nos presentear, nessa formatura dos novos Combatentes Anfíbios, com tão garboso uniforme azul dos Fuzileiros Navais. Bravo Zulu !!!
É bonito sim! Mas, mas, está faltando mais cadência e vibração real! As FFAAs, não estão como realmente deveriam estar! Perderam muito de essência patriótica! O soldado tem que machar com o peito estufado, e a barriga para dentro, e as mãos firmes. E com os dedos fechados! E a passos cadênciais vibratórios! Mas, todavia, deixo a minha salva de palmas! Não se faz mais, FFAAs como alguns punhados de 45 anos atrás! Brasil! ATSUMUS!
SO Ricardo CMT da 1°Pel da turma ll/04 uma hora ter participado dessa turma e segui carreira até hoje e servindo no CIAB.
Em 1978 me formei fuzileiro naval nesse centro. Na minha época era CADEST. Minha turma foi a primeira turma voluntária que saiu do rio de janeiro para se formar nesse centro SD-FN 78.0743.63.
MUITAS SAUDADES
BRAVO ZULU
SAUDADES DO ANTIGO CADEST.
Sou oficial FUZILEIRO NAVAL reformado e tive a honra de comandar a equipe de sargentos e cabos, todos muito competentes, que.formaram a turma de recrutas no ano de 1982 neste Centro, na época chamdo CADEST. Com muito orgulho servi durante 4 anos no GPTFN de Brasília, comandado pelo comt. PONTES e comt MONTE NEGRO, oficiais brilhantes. Dias.muito felizes. Muito obrigado a briosa MARINHA DO BRASIL.
AD SUMUS
Parabéns às fuzileiros! Uma grande conquista para todas e cada uma delas....
Mas depois de formadas em Brasília vão fazer exercícios conjuntos com a marinha da Bolívia ???
Me formei em Brasília ,no CFN , a única diferença era que se chamava CADEST. Adsumus
Tive a honra de servir nessa OM maravilhosa e sem dúvidas que existem profissionais excelentes formando a turma I/24, os alunos aprendizes do cerrado são os melhores combatentes anfíbios da Marinha do Brasil. AD SUMUS, Viva a Marinha!
Sou da última turma da Área Alfa e tive como um dos meus instrutores o saudoso 1° Sargento Infante Arruda.
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