Atuando no Departamento de Odontologia da Policlínica Naval de Manaus, no Comando do 9º Distrito Naval, a Cabo Giovanna Machado de Almeida, técnica em higiene dental, transmite o sentimento de usar o uniforme da Marinha que tanto desejou. “No final de 2018, eu estava finalizando o meu curso técnico e queria abraçar a primeira oportunidade de trabalhar na minha área. Quando descobri o concurso soube na mesma hora que era tudo o que precisava e, a partir daquele momento, entrar para a Marinha se tornou o meu maior objetivo.”

Na rotina de trabalho, a militar divide-se entre diferentes atividades, como a descontaminação dos compartimentos, desinfecção e esterilização dos instrumentos odontológicos e auxílio aos cirurgiões-dentistas.

Em cinco anos servindo ao País, a Cabo de 30 anos de idade acumula experiências marcantes. Segundo ela, poder navegar, conhecer novos lugares, regiões, hábitos, culturas e ajudar a quem precisa são algumas das maiores conquistas que a carreira, ainda que temporária, proporciona.

Entre os trabalhos mais importantes que a Cabo Giovanna já realizou, o destacamento para atuar em missões a bordo dos Navios de Assistência Hospitalar da Flotilha do Amazonas é o que mais a enche de orgulho. Nessas ocasiões, os militares levam assistência aos ribeirinhos e voltam para casa com um sentimento de gratidão. “A gente precisa abdicar um pouco da nossa vida em terra e da convivência com os familiares, mas saber que estamos fazendo a diferença na vida de outras pessoas é muito motivador”, afirma.

O sonho vai muito além

Ao lado das duas filhas, Jefferson Gomes da Silva não esconde a alegria de realizar um sonho. Ele prestou o concurso para o Serviço Militar Voluntário de Praças Temporárias, ingressando na Marinha do Brasil (MB) em 2020. Hoje, o Cabo, técnico em administração, vive exatamente o que planejou, servindo no setor de administração do Comando do 7º Distrito Naval, na capital federal.

Para o militar, de 23 anos, apesar da permanência de até oito anos, a oportunidade serve como uma preparação para futuros desafios. “É uma boa chance de adquirir experiência para minha vida profissional. O tempo passa rápido, mas quando o meu período na Marinha for finalizado, terei conhecimentos, habilidades e vivências que não iria ter em nenhum outro lugar”, acredita.

A rotina como Secretário do Chefe Geral dos Serviços do Com7°DN garante ao Cabo Jefferson a competência em ações como a confecção e a formatação de documentos administrativos. Apesar de estar se sentindo realizado nesse trabalho, o sonho vai muito além. “Agora, já penso em alcançar outro desejo que é me tornar um Oficial Intendente da Força. Esse é o meu novo sonho desde que participei de todo o processo para a construção do Centro de Intendência da Marinha aqui em Brasília.”

O Cabo Jefferson aproveitou para deixar uma mensagem aos interessados em ingressar na Força: “O processo de estudos foi bem tranquilo para mim, pratiquei muito a partir dos simulados de provas anteriores. Se você também tem esse sonho, amarre esse desejo no seu coração e abrace essa oportunidade que você vai conseguir ser um Marinheiro”.

“Um divisor de águas para mudar a minha condição”

A história do Marinheiro Daniel da Silva de Souza, 21, só se diferencia na graduação. No quesito realizações, o contexto se parece com os relatos dos Cabos Jefferson e Giovanna.

O jovem militar serve no Centro de Comunicação Social da Marinha, no Rio de Janeiro (RJ). Ele lembra que vivia um momento de incertezas quando foi incentivado pela ex-sogra a entrar para a Força. “Era 2022, eu tinha acabado de sair do emprego em uma padaria, estava desempregado e a mãe da minha ex-namorada disse que eu precisava pensar no futuro e tentar uma carreira profissional na Marinha.”

Daniel, que já tinha passado por obstáculos na vida, como a perda dos pais, entendeu a dica da ex-sogra como uma mensagem e entrou para a turma do Serviço Militar Voluntário de Praças Temporárias, de 2023. Ele é um dos 307 marinheiros formados no Centro de Instrução Almirante Alexandrino (CIAA).

Para ele, não há mistério em reconhecer a importância da Marinha em sua vida. “Foi um divisor de águas para mudar a minha condição. Foi na Marinha que eu pude conquistar as minhas coisas. Hoje, posso sustentar a minha casa, ter mais qualidade de vida e estrutura para estudar muito mais”, conta.

Por falar em estudos, o futuro é agora e Daniel já sabe o que pretende fazer com os conhecimentos que estão sendo adquiridos. “Me identifiquei demais com o meu trabalho na Marinha. Agora quero fazer um curso em Eletrotécnica e penso que, lá na frente, quero ampliar ainda mais os horizontes e, quem sabe, me tornar um educador físico”, conclui.

Mas o que é o Serviço Militar Voluntário (SMV)?

Para aqueles que desejam se candidatar como militar temporário, há oportunidades em todos os graus de escolaridade. O vínculo com a Marinha pode ser renovado, anualmente, desde que o tempo total de serviço prestado não ultrapasse o tempo máximo de oito anos, sem a expectativa de permanência e estabilidade após esse período.

Além da remuneração, os temporários usufruem de benefícios equiparados aos dos militares de carreira, tais como assistência médica, odontológica, apoio religioso e psicológico. Entre as outras vantagens, destacam-se a participação em missões nacionais, a possibilidade de embarcar em navios (especialmente para profissionais da Saúde), o acesso a clubes navais, alimentação no local de trabalho e o auxílio na aquisição de uniformes.

Para os níveis fundamental e médio, como é o caso dos militares temporários dessa matéria, o SMV é destinado à admissão de Praças de 2ª Classe da Reserva da Marinha (RM2). Se você se interessou pelas experiências deles e também pretende realizar esse sonho, fique atento aos próximos concursos: acesse o portal da Agência Marinha de Notícias e saiba mais sobre as 20 portas de entrada para ingressar na Força Naval ou siga o perfil da Força nas mídias sociais para não perder nenhuma oportunidade. 

Vem pra Marinha!

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Comentários

Luiz brito fer… (não verificado) Qua, 05/02/2025 - 18:16

Militar temporária

Sidnei (não verificado) Qua, 05/02/2025 - 18:25

quanto a reportagem dos Marinheiros voluntários, o local onde se formaram não teria sido Centro de Instrução Almirante Alexandrino?.....

Sidnei (não verificado) Qua, 05/02/2025 - 18:26

o local de formação dos MN Voluntários não teria sido o CIAA...?

Anolina Maria … (não verificado) Qua, 05/02/2025 - 18:53

Como poderei fazer pra minha filha de 24 anos ser uma marinheira aspirante

José Basílio d… (não verificado) Qua, 05/02/2025 - 20:13

Na minha época existia o EFORM, para quem já estava na faculdade, e o período de serviço era até não completar 15 anos, época do governo militar!

Heitor F (não verificado) Sex, 07/02/2025 - 06:49

A Lei 13954/2019 deixou tudo esclarecido. Foi necessária a Lei, para evitar demandas judiciais quanto ao tempo de permanência .

Heitor F (não verificado) Sex, 07/02/2025 - 06:45

O caso é que alguns acham que poderão se perpetuar na Marinha , através de algum " jeitinho" ou via judicial. Não é concurso público e não há jeito de permanecer após 8 anos; inclusive a Lei 13954/2019 deixou isso bem claro e o Judiciário não aceita contestações. Há também no imaginário popular o fato de que nas Firças os militares se encostam, esperam o tempo passar e vai sendo promovidos ; todavia para uma oromoção há vários requisitos . Quanto aí cabo querer ser um Intendente, tal não existe pois oficiais Intendentes são formados na Escola Naval.

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