“A contribuição da Marinha do Brasil para o desenvolvimento científico-tecnológico brasileiro a partir de suas necessidades operativas” é o tema do Concurso Almirante Paulo Moreira da Silva deste ano, promovido pelo Clube Naval (CN). O prazo para entrega dos trabalhos é 29 de agosto, no Departamento Cultural da sede social do CN, no Rio de Janeiro (RJ). O ganhador receberá um certificado e o prêmio de R$ 10 mil.

Podem participar alunos civis de cursos de graduação, de especialização e de pós-graduação do Brasil, desde que não integrem a estrutura organizacional do Clube Naval. As instituições de ensino superior às quais estão vinculados os estudantes precisam ser reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC).

O Concurso Almirante Paulo Moreira da Silva tem o objetivo de aproximar a Marinha do Brasil e o meio acadêmico, oferecendo a esses estudantes a oportunidade de aprofundar conhecimentos sobre temas como defesa da Pátria e economia do mar, além de reforçar o compromisso da Força com a pesquisa científica do País.

A economia do mar no Brasil, ou “economia azul”, representa uma parcela significativa da riqueza nacional, movimentando cerca de 20% do PIB brasileiro no último ano, aproximadamente R$ 2 trilhões. A extração de petróleo e gás natural offshore responde por 60,4% do PIB Azul, seguida pelos setores de administração pública e defesa (7,4%) e armazenagem e transporte (7,3%).

O Diretor Cultural do Clube Naval, Capitão de Mar e Guerra (Reserva) Alberto Piovesana Júnior, destaca a importância da aproximação da Marinha com as pesquisas nacionais, visando à produção de bons frutos para o Brasil.

Com a abertura do concurso, o Clube Naval deseja fortalecer os laços entre a Marinha e a comunidade acadêmica, valorizando o conhecimento como um instrumento de transformação e cooperação. Ao convidar estudantes civis a refletirem sobre temas estratégicos ligados ao mar, o CN busca inspirar uma geração comprometida com o futuro do Brasil, incentivando a produção intelectual voltada para os interesses nacionais e estimulando a construção de soluções para os desafios do País no cenário marítimo”, afirma o Diretor.

O trabalho deve ser entregue em três cópias impressas e encadernadas, além do formato digital em pendrive — podendo ser presencialmente no Departamento Cultural do Clube, das 13h às 19h, de segunda a sexta-feira, ou enviado pelos Correios. São anexos obrigatórios a ficha de inscrição, o termo de cessão de direitos autorais e a autorização de uso de imagem. A organização reforça que não serão aceitos trabalhos com identificação do autor no conteúdo ou que apresentem plágio, sob pena de desclassificação.

Os documentos necessários e as informações detalhadas estão disponíveis no regulamento. A avaliação ficará a cargo de uma comissão julgadora formada por três especialistas designados pelo CN. A cerimônia de premiação está prevista para o Dia da Amazônia Azul, comemorado em 16 de novembro ou em data próxima. A participação no concurso implica a cessão total dos direitos autorais da obra ao Clube, bem como a autorização do uso de imagem e nome do autor em quaisquer mídias e formatos.

O Clube Naval mantém uma relação com a Marinha do Brasil desde a sua criação, em 12 de abril de 1884. Fundado pelo Capitão de Fragata Luiz Philippe de Saldanha da Gama, em conjunto com outros Oficiais da Marinha, o CN é uma associação de utilidade pública, sem fins lucrativos. Embora seja uma entidade civil, sem subordinação administrativa à MB, o Clube preserva vínculos históricos e culturais com a Força. 

Almirante Paulo Moreira

O concurso leva o nome do Almirante Paulo Moreira da Silva, reconhecido por sua relevância na área científica e pelo vínculo com o meio acadêmico. A escolha é uma forma de reconhecimento à sua história e ao papel que desempenhou na aproximação entre a Marinha e a produção de conhecimento.

Figura proeminente da oceanografia brasileira, o Almirante Paulo Moreira teve papel decisivo na criação de instituições dedicadas ao estudo do mar e à pesquisa aplicada ao ambiente marinho. Sua atuação contribuiu diretamente para consolidar o Brasil como referência em ciência oceânica no Atlântico Sul. O concurso acadêmico que leva seu nome pretende manter viva sua contribuição ao desenvolvimento científico e à valorização da dimensão marítima brasileira.