Em duas noites repletas de emoção e cultura, mais de 2 mil pessoas assistiram e se encantaram com o espetáculo musical dos Fuzileiros Navais, em homenagem ao Dia da Marinha, nos dias 4 e 5 de junho, na Fortaleza de São José, no Centro do Rio de Janeiro (RJ). O show das bandas sinfônica e marcial, com blindados, luzes, sons e projeção mapeada, com 2h de duração, apresentou as tradições e valores dos homens e mulheres do mar, percorrendo a história da Marinha do Brasil (MB) do século XIX até os dias de hoje.

Em conexão com a campanha #VemPraMarinha, elaborada pelo Centro de Comunicação Social da Marinha (CCSM), dois atores guiaram o evento, ao interpretarem adolescentes que estavam descobrindo o que é a MB, tudo o que ela pode oferecer e a importância da Força para as futuras gerações. Além disso, ao som das Bandas Marcial e Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), o espetáculo reverenciou os 160 anos da Batalha Naval do Riachuelo – quando o Brasil obteve a primeira grande vitória na Guerra da Tríplice Aliança - e os 80 anos da Batalha Naval do Atlântico - ocorrida na Segunda Guerra Mundial.

Para marcar essas datas, a Banda Marcial formou a figura “160 anos”, a silhueta da Fragata “Amazonas”, navio capitânia comandado pelo Almirante Barroso durante a Guerra da Tríplice Aliança, a figura “80 anos” e a silhueta do Navio “Bauru” - único navio no Hemisfério Sul que participou da Batalha Naval do Atlântico e que segue preservado como museu. Durante o evento, ainda foram formadas outras imagens, como uma caveira durante a música tema do filme Piratas no Caribe e uma âncora quando a Banda Sinfônica tocou Cisne Branco, música conhecida como o Hino da Marinha.

Durante o show, também houve a apresentação do Pelotão de Ordem Unida Silenciosa do CFN. Neste ano, a grande novidade foi a presença das primeiras mulheres Soldados Fuzileiros Navais da turma de 2024 nesse pelotão, executando difíceis manobras em sincronia com os demais militares do sexo masculino. Os movimentos precisos com os fuzis, que demonstraram a capacidade de trabalhar em equipe, impressionaram o público que logo respondeu com uma salva de palmas.

O público ainda pode presenciar um duelo de guitarras ao som de “Live and Let Die” — música tema do filme “Com 007 Viva e Deixe Morrer”, de 1973 —, “Paradise City” e “Sweet Child O’Mine”, todas da banda Guns N' Roses. Os espectadores vibraram ao som de “Eye of the Tiger”, da banda Survivor e que foi tema do filme “Rock III – O desafio supremo”, de 1982; ao som de “Medley”, da banda Metallica; ao som de “Skyfall”, música de Adele e tema do filme “007 – Operação Skyfall”, de 2012; dentre tantas outras canções que marcaram época.

Outro ponto marcante do espetáculo foi a entrada do Carro Lagarta Anfíbio (CLAnf) com um militar vestido de Darth Vader no topo do veículo e fazendo continência para o público, seguido pelo Joint Light Tactical Vehicle (JLTV) e pelo Batalhão de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (NBQR) ao som de “The Imperial March”, música tema do vilão Darth Vader, da franquia “Star Wars”, composta por John Williams e pela Orquestra Sinfônica de Londres em 1980.

E quem pensa que o show inteiro foi só com músicas internacionais se engana. Também foram interpretados grandes sucessos nacionais como “Tempo Perdido”, da banda Legião Urbana, “Pro Dia Nascer Feliz”, do Barão Vermelho, e “Meu Erro”, dos Paralamas do Sucesso. Simultaneamente, a Viatura Blindada Piranha cruzou o Pátio Almirante Maximiano, escoltada por militares de capacetes azuis, em homenagem aos Peacekeepers – Soldados da Paz que são empregados nas missões da Organização das Nações Unidas (ONU).

Além disso, o espetáculo contou com salva de tiros de festim de canhões do fim do século XIX; com desfile das motocicletas “Harley-Davidson Road King Police” do Pelotão de Motociclistas Militares do CFN; com a presença das inconfundíveis gaitas de fole, as quais marcaram o Cerimonial à Bandeira; e com a presença do coral de crianças do Programa Forças no Esporte (PROFESP) do Batalhão Naval, que cantaram “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso. Ao final do evento, fogos de artifícios disparados do alto da Fortaleza de São José finalizaram a apresentação, arrancando lágrimas e aplausos do público.

Para o Capitão de Corveta (Fuzileiro Naval) Paulo Junior, que foi ao evento acompanhado de sua esposa Juliana Macena e do filho Pedro Macena, de 3 anos, o espetáculo é uma forma de a população conhecer um pouco da história da Marinha. “Essa história se confunde um pouco com a história do Brasil e até com a do mundo. É uma oportunidade de trazer a família, o filho, para conhecer o que nós fazemos dentro da Marinha e que tanto contribui para a sociedade brasileira”, afirmou. Juliana ficou impressionada com a quantidade de informações apresentadas sobre as atividades da Marinha do Brasil e dos Fuzileiros Navais. “Mesmo sendo esposa de militar, eu não sabia muitas dessas coisas que foram apresentadas. Além disso, me emocionei muito com as crianças do PROFESP”, destacou.

Já para a professora Valéria de Souza, de 56 anos — que veio acompanhada da mãe e do genro, o Terceiro-Sargento (Fuzileiro Naval) Cleidson Ribeiro —, o espetáculo foi marcante. “Achei muito bonito, muito maravilhoso, muito bom mesmo. Minha parte favorita foi o Hino à Bandeira, que teve uma cerimônia muito linda”, ressaltou. Julia Pereira, que também assistiu ao espetáculo pela primeira vez, ficou emocionada. “Foi tudo muito lindo, gostei muito, tudo me encantou os olhos, mas minha parte favorita foi o Hino Nacional, adoro o hino do nosso Brasil”, enfatizou.
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