Uma iniciativa conjunta da Marinha do Brasil (MB) e da Biblioteca Nacional está levando cultura e educação ao litoral sul capixaba. Ao todo, 10.000 livros então sendo entregues a bibliotecas, nos municípios de Marataízes, Piúma, Itapemirim, Rio Novo do Sul e Presidente Kennedy, no Espírito Santo. A ação busca promover a leitura e o acesso ao conhecimento, ampliando as oportunidades educacionais para crianças e adolescentes carentes da região.
A doação reforça o compromisso de valorização da educação e da cultura, fomentando o desenvolvimento social e cultural nos municípios envolvidos. A cerimônia oficial de entrega aconteceu nessa terça-feira (3), na Escola Municipal José Marcelino, em Marataízes (ES).
“Livro é cultura. Assim, essa parceria da Marinha com a Biblioteca Nacional permite contribuir diretamente para o enriquecimento cultural da população, especialmente dos jovens dessa região, na qual o Corpo de Fuzileiros Navais realiza treinamentos há mais de 50 anos. Sabemos da importância da educação na vida desses jovens, e poder contribuir para melhorar as possibilidades de desenvolvimento e aprendizado deles realmente nos enche de orgulho”, afirmou o Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, Almirante de Esquadra Carlos Chagas Vianna Braga.

O evento também contou com a presença dos Secretários de Educação e de Cultura dos municípios contemplados, de Almirantes e representantes da sociedade civil, além de mais de 500 crianças alunas da Escola José Marcelino.
“Temos uma parceria de longa data com a Marinha do Brasil. Recebê-los aqui é uma grande satisfação. Trabalhamos juntos há um bom tempo e espero que isso não pare. Nossa escola já foi reformada por vocês e só temos a agradecer. Tenho certeza de que essa iniciativa vai nos ajudar muito no futuro das nossas crianças”, disse Diretora da Escola José Marcelino, Claudete Fernandes.

Comentários
Nossa,muito lindo as doações.
Que nosso Brasil através da Caridade possa fluir com o nosso povo tão sofrido.
Participar desse evento tem uma siguinficância importantíssima para o avanço cultural em nossa região, parabéns a marinha e gratidão com o feito. Não esquecendo da direção da escola e seus alunos exemplares
Agradecemos imensamente á Marinha do Brasil por contribuir para difusão do conhecimento, esses livros irão enriquecer o acervo da nossa biblioteca municipal Thomé de Souza Machado.
Catarina vc é uma profissional exemplar e sei que vai fazer a diferença no futuro
Obrigada ❤️
Parabéns a todos os municípios que foram contemplados! Projeto que incentiva a fomentação da leitura através da destinação de livros as bibliotecas públicas.
👨❤️👨💏💑
É com um misto de esperança e profunda frustração que encaro a notícia da doação de 10 mil livros pela Marinha do Brasil e Biblioteca Nacional para instituições do litoral Sul do Espírito Santo. A iniciativa, em sua essência, é louvável e digna de aplausos, já que o acesso à leitura é crucial para o desenvolvimento de qualquer comunidade. No entanto, como Agente Cultura e frequentador da Biblioteca Pública de Marataízes, sinto a obrigação de expor a realidade desastrosa que se seguiu a essa "doação" em nosso município.
Para ser direto, ficamos sabendo da chegada desse acervo pelas mídias sociais o ano passado em 2024. Dizer que "despejaram" 10 mil livros em nossa biblioteca não é exagero, é a mais pura verdade. A Marinha simplesmente chegou e descarregou os livros aqui. Recebemos essa enorme quantidade de material sem qualquer planejamento prévio, sem consulta aos profissionais da área e, o que é ainda mais grave, sem um estudo sobre a real necessidade e perfil do nosso acervo. Para piorar, não temos sequer um documento formal que comprove a doação ou especifique o conteúdo. Infelizmente, parece que a ação foi mais focada em oportunidades de mídia para fotos do que em um planejamento eficaz.
Qual o resultado? Boa parte dos livros continua, até hoje, no chão, empilhada, à espera dos municípios que não vieram buscar. Itapemirim, por exemplo, sequer compareceu para retirar sua parte, e Rio Novo do Sul, como bem observado, selecionou apenas o que lhes era de interesse.
Os profissionais da Biblioteca não foram ouvidos em nenhum momento. Não houve diálogo, não houve planejamento conjunto. E o pior: as escolas locais, que deveriam ser as maiores beneficiárias de um acervo tão volumoso, não demonstram interesse. O motivo é simples e desolador: a maior parte do material não é infantojuvenil. Temos aqui anais da Biblioteca Nacional, guias de acervo raro, revistas acadêmicas... Materiais de valor inestimável para pesquisadores e estudantes de nível superior, mas completamente inadequados para o público escolar.
A situação é tão crítica que nem mesmo as bibliotecas municipais de outros pontos do estado estão querendo esses livros. Isso levanta uma questão crucial: qual foi o critério para essa doação? De que forma o material foi selecionado e para quem ele realmente se destina?
É fundamental que se reveja a forma como essas iniciativas são conduzidas. Uma doação, por mais bem-intencionada que seja, pode se tornar um problema quando não há um planejamento estratégico, uma escuta ativa dos profissionais envolvidos e um estudo do público-alvo. O que temos na Biblioteca é um acervo parado no chão, sem uso, ocupando espaço e, ironicamente, dificultando o acesso ao conhecimento em vez de promovê-lo.
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