A Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) sediou, no dia 20 de junho, o II Fórum Nacional de Economia do Mar. Realizado pela Marinha do Brasil (MB), Associação Comercial da Bahia (ACB), Companhia Docas do Estado da Bahia (CODEBA), FIEB e Ministério Público Federal (MPF), o evento foi dividido em quatro temáticas e contou com a participação de representantes de diversas instituições públicas e privadas. O primeiro e o segundo painéis abordaram, respectivamente, a “Organização da Economia do Mar” e a “Estruturação da Economia do Mar”. À tarde, os temas foram o “Planejamento Espacial Marinho” e “Navegando pelos Oceanos”. 

Na abertura do fórum, o Presidente da FIEB, Carlos Henrique de Oliveira Passos, destacou que a realização do evento na FIEB é muito importante para a indústria da Bahia pela expectativa do desenvolvimento da Economia do Mar no Estado. “É um prazer tê-los aqui e tratar desse tema muito importante para a Bahia para potencializar a riqueza natural que o mar nos proporciona. Mas vale destacar que não é um movimento só dá Bahia. É um movimento nacional”. 

Esse caráter nacional do fórum pôde ser constatado pela diversidade de instituições participantes, como citou o Subsecretário Adjunto da Secretaria de Energia e Economia do Mar do Estado do Rio de Janeiro, Marcelo Felipe Alexandre. “Temos inspirados outros estados a estimularem o crescimento do PIB do Mar para gerar emprego e renda a toda a população. Trabalhamos com diversos grupos econômicos ligados direta ou indiretamente à Economia do Mar. A atividade da indústria naval promete estar muito em foco nos próximos anos e nossos estados têm que estar juntos nessa empreitada”.

O Presidente da ACB, Paulo Cavalcanti, um dos incentivadores do tema no Estado da Bahia, ressaltou em sua fala de abertura que “não haverá transformação de riqueza se não entendermos que a Economia do Mar e a Amazônia Azul são temas de Estado que devem ser tratados em suas diversas esferas de atuação. Para isso, a Associação Comercial da Bahia tem atuado junto à iniciativa privada para mostrar todo esse potencial”. 

Também na abertura do evento, o Diretor-Presidente da CODEBA, Antonio Jose Rodriguez de Mattos Gobbo, citou as diversas atividades econômicas que compõem a Economia do Mar, entre elas a pesca, o turismo, a exploração de recursos marinhos, a construção naval e, também, a questão logística. “Provavelmente ainda nem conhecemos todo o potencial desse segmento econômico. Precisamos mapear essas potencialidades de nossa Amazônia Azul para alcançarmos um desenvolvimento efetivo da nossa economia. Estamos trabalhando na criação do Cluster Naval do Estado da Bahia, que vai permitir contratar toda a cadeia produtiva, que começa em terra, com a produção agrícola, passa pela logística de nossas estradas até chegar em nossos portos para exportação”.

O Comandante do 2º Distrito Naval, Vice-Almirante Antonio Carlos Cambra, que fez uma apresentação sobre o Planejamento Espacial Marinho, lembrou que a Marinha do Brasil é uma instituição nacional que, além de defender a soberania nacional e controlar o tráfego marítimo, também contribui para o desenvolvimento econômico brasileiro. E destacou que o desenvolvimento da Economia do Mar é um trabalho de longo tempo que já vem dando resultados com a integração entre os diversos entes envolvidos. “A integração de clusters é importante para se ter a sinergia que fará com que a Economia do Mar possa cada vez mais colaborar com o desenvolvimento do País. E a implantação do Planejamento Espacial Marinho trará ainda mais conhecimento sobre essa região, mapeando suas potencialidades e propondo ações efetivas nessa direção”.

O Almirante de Esquadra Ilques Barbosa Junior, ex-Comandante da Marinha e atual Conselheiro do Cluster Tecnológico-Naval do Estado do Rio de Janeiro, foi um dos palestrantes do Fórum. Em sua apresentação, cujo tema foi “Oceanopolítica”, ressaltou que a Amazônia Azul é o último espaço de soberania nacional e é onde se define o destino do nosso País. Ele também lembrou que a sinergia entre os diversos entes envolvidos deve ser a grande impulsionadora para esse desenvolvimento econômico. “Se não tivermos capacitação, cada vez mais nossa sociedade estará fora do jogo. Mas temos grandes impulsionadores”.
 
De acordo com ele, empresas e instituições de excelência que têm que ser ouvidas e chamadas a somar ao desenvolvimento. “Por isso esse fórum é muito importante. Entendo que nossos principais desafios são governança, gestão, compliance e capacitação. E a principal atividade do Cluster Tecnológico-Naval é criar uma sinergia e acelerar esse desenvolvimento”, concluiu.
 

Representando o MPF, o Subprocurador-Geral da República, Luiz Augusto Santos Lima, afirmou que além do aspecto econômico, a Amazônia Azul é, na verdade, a consolidação do território brasileiro. Também aproveitou a oportunidade para afirmar que o MPF tem atuado para destravar a burocracia e colaborar com esse desenvolvimento. “Temos condições de fazer coisas grandes, criar oportunidades extraordinárias, gerando emprego, renda e conforto para toda a população. Também estamos criando essa cultura do mar, trocando informações e levando ao Ministério Público Federal essa visão da Amazônia Azul e da Economia do Mar. Esse assunto passou a ser um tema prioritário para nós também. Essa semente já foi plantada e essa árvore está crescendo rapidamente”.

Um dos organizadores do evento, o diretor de Economia do Mar da ACB, Eduardo Athayde, afirmou que a Amazônia Azul é um oceano de oportunidades e de investimentos. “Estamos na década dos oceanos e não podemos perder essa oportunidade. Nossa Amazônia Azul está se despertando e temos que entender seu potencial, a estudarmos e acelerarmos os investimentos”.

O consultor de Negócios do SENAI CIMATEC, Miguel Andrade Filho, destacou a participação do SENAI neste processo com a criação do SENAI CIMATEC Mar, novo campus lançado em 2023 e localizado na cidade de Salvador que foi idealizado para apoiar as atividades marítimas industriais e comerciais, com forte ênfase em inovação e sustentabilidade para atender a demandas da Amazônia Azul. “Nosso campus está voltado às atividades do mar e trará diversos benefícios à sociedade, com fomento à ciência e inovação, formação de profissionais nas ciências do mar, valorização dos portos, incentivo à construção de embarcações, estudos sobre a conservação e proteção da vida marinha e no incremento de parcerias em torno do desenvolvimento da Economia Azul”.

Assista ao  II Fórum Nacional de Economia do Mar

Período manhã

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Período tarde

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