Neste sábado (17), a Marinha do Brasil (MB) promoveu ações em parceria com voluntários em diversos locais do País em prol do combate ao lixo em mares e rios. As atividades fizeram parte do Dia Mundial da Limpeza (World Clean Up Day), uma ação social global, iniciada em 2008, destinada à reflexão sobre as toneladas de lixo que são descartadas de modo incorreto no meio ambiente de todo o planeta.

Segundo o Diretor de Portos e Costas, Vice-Almirante Sergio Renato Berna Salgueirinho, a Autoridade Marítima brasileira possui como uma de suas atribuições a prevenção à poluição hídrica a partir de embarcações. 

Nesta edição do World Clean Up Day, as ações da Força foram concentradas na conscientização da sociedade quanto à responsabilidade do cidadão no combate ao lixo no mar, especialmente focada na comunidade aquaviária (marítimos, fluviários e pescadores) e náutica (amadores), por meio de medidas educativas como palestras e orientações. 

“O lixo descartado incorretamente e que vai parar no mar também é responsável por inúmeros problemas em embarcações, afetando diretamente a segurança da navegação. Conscientizar a sociedade é fundamental para a preservação desse valioso recurso e para uma navegação em mares e rios seguros e limpos”, destacou o Almirante.

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As ações foram realizadas em todo o País, pelas Capitanias, Delegacias e Agências da Marinha. Nos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, por exemplo, as ações educativas iniciaram no início da semana com palestras em escolas e orientações aos tripulantes de embarcações.  

A Capitania Fluvial do Pantanal e a Agência Fluvial de Porto Murtinho realizam nos meses de setembro e outubro a “Operação Navegue Legal no Pantanal”, iniciativa voltada à segurança da navegação, que também é uma oportunidade para orientações de conscientização sobre a prevenção à poluição a partir de embarcações. 

“Considerando que estamos em uma localidade onde o rio interfere diretamente no dia a dia da população, em virtude das atividades envolvendo embarcações de pesca, de esporte, de recreio, de transporte de cargas e passageiros, despertar essa consciência de preservação do meio hídrico possibilita que os indivíduos que utilizam essas embarcações não se tornem agentes poluidores”, ressaltou o Agente Fluvial de Porto Murtinho, Capitão-Tenente Auxiliar da Armada Fabiano Gonçalves Crespo.

Em Pernambuco, a Capitania dos Portos realiza, desde o dia 10 de setembro, inspeções navais com foco na segregação e coleta seletiva do lixo a bordo das embarcações, bem como a prevenção de acidentes de navegação causados por lixo no mar. Além disso, a Capitania neste sábado realizou passeio de catamarã com a participação de Escoteiros do Mar Almirante Sylvio Heck e alunos do curso Jabotão onde foi feita uma palestra a respeito da preservação e importância da Amazônia Azul.

“Avalio que as ações de conscientização ambiental e de estímulo à mentalidade marítima, previstas no Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar do Ministério do Meio Ambiente, fazem parte do compromisso da Capitania em fomentar o uso sustentável do mar e a preservação da nossa Amazônia Azul”, disse o Capitão dos Portos de Pernambuco Capitão de Mar e Guerra Frederico Medeiros Vasconcelos de Albuquerque. 

Regatas Ecológicas foram realizadas no Rio de Janeiro para preservação ambiental e manutenção do ecossistema marinho, entre elas a da Escola Naval. Formada por equipes mistas de Aspirantes e voluntários de projetos voltados à preservação do meio ambiente, o objetivo da regata foi retirar a maior quantidade de lixo possível da Baía de Guanabara.

Combate aos poluentes hídricos

Para melhorar o apoio ao monitoramento nas Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB), o Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), localizado na cidade de Arraial do Cabo (RJ), tem modernizado a sua infraestrutura e ampliado a capacitação de seu pessoal, a fim de aprimorar o combate aos incidentes de poluição por óleo observado na costa brasileira, por exemplo. 

A estrutura atualmente instalada permite que o IEAPM atue com maior eficiência na condução de análises químicas que visam à identificação dos autores de tais episódios.

Recentemente, o Instituto fez a análise de manchas de óleo que voltaram a aparecer nas praias de Pernambuco, Paraíba e Alagoas no final de agosto deste ano. Os resultados apontaram que as amostras não possuem nenhuma relação com o incidente ocorrido em 2019. As características deste incidente indicam que o óleo que vem chegando às praias foi lançado ao mar após lavagens de tanques de um navio petroleiro, cuja origem ainda não foi identificada.

Desde 2019, quando apareceram as primeiras manchas de óleo no litoral brasileiro, a Marinha aumentou os investimentos na realização de cursos, firmou parcerias nacionais e internacionais e se reestruturou tecnologicamente no intuito de coibir ilícitos ambientais no mar, rios, lagos e lagoas.

O Superintendente de Pesquisas do IEAPM, Capitão de Mar e Guerra, Engenheiro Naval, Márcio Martins Lobão, lembrou de algumas mudanças implementadas pela Marinha. “Adquirimos equipamentos mais modernos para análise cromatográfica. Tais equipamentos nos possibilitaram maior agilidade na obtenção e interpretação de resultados visando dar maior eficiência ao sistema mantido pela Marinha do Brasil para a detecção, prevenção e monitoramento de incidentes de poluição por óleo no mar, em conjunto com outros órgãos governamentais envolvidos com o tema, em cumprimento a Lei Federal nº 9.966/2000”, destacou.

O Superintendente também conta que o IEAPM tem atuado na capacitação de pessoal do curso de Segurança do Tráfego Aquaviário conduzido pelo Centro de Instrução Almirante Alexandrino. “Os alunos egressos desse curso, lotados nas Capitanias dos Portos e suas Delegacias e Agências espalhadas pelo território nacional atuam na coleta de amostras em incidentes envolvendo o derramamento de óleo. Também aconteceu uma maior conscientização de que é necessário dispor de ferramentas tecnológicas capazes de detectar, investigar e prever, de forma tempestiva, os efeitos decorrentes de tais incidentes de poluição por óleo no mar”.

O Laboratório de Geoquímica Ambiental Forense (LGAF), localizado no IEAPM é o laboratório oficial para a condução de análises químicas visando à identificação forense de incidentes de poluição de óleo nas AJB. O laboratório segue um sistema de gestão que atende normas específicas para a garantia da qualidade analítica, sendo acreditado pelo INMETRO.

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