O Centro de Excelência para o Mar Brasileiro (Cembra), em parceria com a Fundação de Estudos do Mar (FEMAR), lançou o Caderno de Ciência, Tecnologia e Inovação no Mar, publicação que apresenta diagnósticos e propostas para que o Mar Brasileiro se torne uma prioridade nacional. A iniciativa busca impulsionar o desenvolvimento sustentável da Amazônia Azul, território marítimo estratégico para a economia, soberania e preservação ambiental do País.
O documento, disponível no site do Cembra, reúne recomendações voltadas à ampliação da pesquisa científica, ao fortalecimento de tecnologias navais e à consolidação da economia do mar como vetor de desenvolvimento.

“Queremos estimular uma agenda pública baseada em evidências, articulada entre ciência, governo e setor produtivo. O mar precisa ser visto como um ativo central para o futuro do Brasil”, afirma o Coordenador Executivo do Cembra, Almirante de Esquadra (da reserva) Julio Soares de Moura Neto.
Ciência, dados e inovação no centro da estratégia
Resultado de um amplo debate com especialistas, o Caderno de Ciência, Tecnologia e Inovação no Mar propõe uma visão integrada para o avanço da economia azul brasileira. Entre os setores de destaque estão a observação oceânica, as energias renováveis, a biotecnologia marinha, a pesca sustentável, a maricultura, a construção naval e as tecnologias digitais.
Para o Professor Doutor Sidney Mello, da Universidade Federal Fluminense (UFF) e Associado do Cembra, o Brasil precisa investir, com urgência, na formação de cientistas, na ampliação da frota de pesquisa e na criação de um repositório nacional de dados oceanográficos. “Sem dados, não há soberania e nem inovação”, destaca.
Energia renovável e geração de valor
O documento também aponta como prioridade o aproveitamento do potencial brasileiro em energia eólica offshore e em correntes marinhas, além de destacar a necessidade de projetos integrados para a produção de hidrogênio verde. “É preciso uma visão holística entre ciência, tecnologia e setor produtivo”, defende o presidente da FEMAR, Almirante de Esquadra (da reserva) Marcelo Francisco Campos.

Ele também reforça a importância de agregar valor à produção marítima nacional, a exemplo do que já acontece nos setores aeronáutico e de defesa. “Temos competência tecnológica, mas ainda exportamos muitos produtos do mar in natura, sem transformação”, alerta.
Marco para a Década do Oceano
O lançamento do Caderno de Ciência, Tecnologia e Inovação no Mar ocorre em um momento estratégico, alinhado à Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (2021–2030), iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) que estimula ações globais em prol da saúde dos oceanos. O documento é considerado um marco para a construção de políticas públicas e investimentos de longo prazo.

“O Brasil já é líder em exploração offshore de petróleo. Agora, precisamos liderar, também, na inovação para uma economia azul sustentável”, reforça o Professor Sidney Mello.
O material completo está disponível no site do Cembra: https://www.cembra.org.br/publicacoes.
Sobre o Cembra
O Centro de Excelência para o Mar Brasileiro (Cembra) é uma organização sem fins lucrativos que promove ações estruturantes voltadas ao estudo, desenvolvimento e aproveitamento sustentável da Amazônia Azul. Por meio da integração entre governo, setor produtivo e academia, busca fortalecer a economia do mar e preservar os recursos marinhos.

Seu propósito é contribuir para o desenvolvimento socioeconômico, científico e tecnológico do País, com foco na exploração e no domínio do Mar Brasileiro. Atua na realização de estudos, projetos, pesquisas e no desenvolvimento de tecnologias de ponta, apoiando instituições e profissionais especializados. O objetivo é gerar conhecimento, processos, produtos e serviços de alta qualidade, que reforcem a soberania e a sustentabilidade do Brasil no ambiente marítimo.
O Cembra é formado por Parceiros Fundadores — Marinha do Brasil, COPPE/UFRJ e Universidade Federal do Rio Grande (FURG) — e Parceiros Estratégicos, como a Fundação de Estudos do Mar (FEMAR), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM), além de contar com consultores e especialistas de diversas áreas.
Assista ao vídeo:
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Comentários
Eu gosto de todos vcs
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