A Marinha do Brasil (MB), por meio do Comando do 9º Distrito Naval, concluiu a 24ª edição da Operação “Acre”. O Navio de Assistência Hospitalar (NAsH) “Doutor Montenegro” atracou em Manaus (AM), na última sexta-feira (17), trazendo não apenas a tripulação de 84 militares, mas também histórias de esperança e cuidado.

O NAsH “Doutor Montenegro” desatracou de Manaus em 10 de janeiro com o objetivo de prover atendimento básico de saúde às comunidades isoladas na Amazônia Ocidental e regressou após 129 dias de navegação. A tripulação foi recepcionada por seus familiares no cais da Estação Naval do Rio Negro.

“Tradicionalmente, o navio suspende [inicia viagem] em janeiro por conta da cheia do Rio Juruá, um rio que penetra no Acre e por onde nós conseguimos chegar nas cidades de Cruzeiro do Sul e Marechal Thaumaturgo, que são duas cidades-chave no estado. Todos os anos, o NAsH ‘Doutor Montenegro’ realiza essa operação, atendendo diversas comunidades, e estamos muito felizes com o regresso. Agora é o momento dos militares reverem seus familiares”, afirmou o Comandante do 9º Distrito Naval, Vice-Almirante João Alberto de Araujo Lampert.

Durante a Operação “Acre 2024”, 66 localidades foram atendidas, alcançando a marca de 114.300 procedimentos de saúde realizados, beneficiando 11,8 mil ribeirinhos. Os militares prestaram serviços médicos, odontológicos, de enfermagem, exames laboratoriais e distribuíram mais de 647 mil medicamentos.

Dedicação

A equipe de saúde foi composta por 24 militares da MB, incluindo médicos, cirurgiões-dentistas, farmacêuticos, bioquímicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, técnicos em radiologia médica, técnicos em higiene dental e técnico laboratorial.

No cais da Estação Naval do Rio Negro, assim como diversos militares do navio, a Primeiro-Tenente (Enfermeira) Lidiane Oliveira foi recepcionada pelo filho, que não via há mais de quatro meses.

“É uma comissão longa, a gente fica muito tempo longe da família, mas estamos indo cumprir a nobre missão de prestar atendimento à população que não tem muito acesso à saúde. É difícil chegar nas comunidades e, em alguns locais, onde o navio não chega, nós vamos de lancha. Chegando lá, prestamos atendimento médico, odontológico, de enfermagem, realizamos exames. É muito gratificante”, relatou a Tenente Lidiane.

A Sargento Ingrid Rodrigues, uma das enfermeiras da missão, atuou na distribuição de medicamentos gratuitos à população, na aplicação de remédios e na triagem de pacientes. “O mais impressionante para mim foi poder levar saúde aos locais que não têm acesso. Foi uma experiência incrível como enfermeira porque chegamos em áreas que estavam há muito tempo sem receber uma visita médica ou odontológica, então foi enriquecedor como profissional da saúde e como militar”, afirmou.

“Saúde Sem Limites”

O lema do navio, “Saúde Sem Limites”, permeou cada gesto, cada consulta, como lembrete sutil da missão de cuidar dos que vivem nos rincões da Amazônia. O Comandante do NAsH “Doutor Montenegro”, Capitão de Corveta Everton Andrade, destacou que o navio realizou os atendimentos até as proximidades da fronteira com o Peru.

“A natureza se sobrepõe, mas nós trabalhamos com ela a nosso favor. A gente faz o acompanhamento das réguas de toda a extensão do Rio Juruá, além da previsão meteorológica, e sabemos que, nesse período do ano, tem os repiquetes, que são favoráveis para fazer a navegação até o máximo possível, e foi o que a gente conseguiu fazer”, explicou.

A Operação “Acre” é realizada todos os anos, a partir de um convênio firmado entre o estado do Acre, a Marinha e o Ministério da Saúde.

 

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