Na região onde o País simbolicamente termina, o calendário parece ter parado no dia 29 de abril. De lá para cá, o tempo é medido em números de resgates, doações e sobrevida. Desde o primeiro alerta vermelho até hoje, o Rio Grande do Sul contabiliza 82.666 moradores resgatados e 12.215 mil animais socorridos em meio à calamidade.
Os números retratam um cenário de destruição causado pelas chuvas e enchentes em 463 municípios do estado. Juntas, as cidades gaúchas já registram 157 mortos, 88 desaparecidos, 806 feridos, quase 600 mil desalojados e um total de 2.336 milhões de afetados.
De acordo com a Defesa Civil, cerca de 350 famílias seguem isoladas, muitas recebem donativos e água potável com a ajuda de aeronaves e pequenas embarcações. Mas, assim como a água avança pelas ruas, os índices negativos não param:
• 76.955 pessoas em abrigos;
• 1.078 escolas afetadas;
• 378 mil alunos impactados;
• Cerca de 240 mil pontos sem energia elétrica;
• 136.118 mil clientes sem abastecimento de água;
• Seis municípios sem serviço de telefonia e internet;
• 37 rodovias federais com bloqueio total e 13 com bloqueio parcial;
• 49 rodovias estaduais com bloqueio total e 41 com bloqueio parcial;
• Travessia de pedestres e veículos, de Rio Grande – São José do Norte, suspensa;
• Porto do Rio Grande com restrições;
• Porto de Porto Alegre com operação suspensa por tempo indeterminado; e
• Aeroporto de Porto Alegre: fechado.
Apoio que vem do mar
As águas que castigam também trazem esperança. A Marinha do Brasil já empregou nove navios no RS, que realizaram o transporte de 390 toneladas de donativos, 130 mil litros de água potável, além de viaturas, aeronaves, embarcações, equipamentos e suprimentos diversos.
A Marinha também enviou ao RS um Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais em Apoio à Defesa Civil, esquadrões aéreos e mergulhadores. Para apoiar o sistema de saúde local, a Força Naval instalou um Hospital de Campanha em Guaíba; emprega equipes médicas no atendimento à população nos municípios do sul da Lagoa dos Patos; e tem realizado o transporte de pacientes que precisam de atendimento em uma “Ambulancha”, embarcação equipada para oferecer suporte à saúde das vítimas.
Todo esse esforço veio se somar à atuação dos militares da Marinha que servem em Organizações sediadas no RS, subordinadas ao Comando do 5º Distrito Naval. Eles são empregados no resgate de pessoas e animais, e na distribuição de itens de subsistência, desde o dia 30 de abril.
Comentários
Marinha, orgulho da nação. Parabéns por levar esperança em meio a tanta dificuldade e tristeza.
Só que já participou de uma missão assim sabe da importância da farda na vida dos mais necessitados.
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