Foi encerrada, nesta quinta-feira (12), durante cerimônia na Academia de Guerra Naval, em Viña del Mar (Chile), a Operação “Unitas LXV”, exercício marítimo multinacional anual mais antigo do mundo, conduzido pelos Estados Unidos da América (EUA), desde 1960. A edição deste ano teve a Armada do Chile como anfitriã e contou com Marinhas de 24 países, incluindo a Marinha do Brasil (MB), que foi representada pela Fragata “Liberal”, com aeronave AH-11B “Super Lynx” embarcada. Mais de 260 militares da MB participaram de exercícios navais em águas jurisdicionais chilenas desde o dia 2 deste mês.

Durante a “Unitas”, foram realizadas mais de 180 operações nos ambientes de guerra de superfície, submarino, aéreo e terrestre, consolidando uma força militar multinacional preparada para enfrentar ameaças atuais. Neste ano, a edição do exercício incluiu também dois novos componentes: o Exercício de Defesa Cibernético, onde foram realizadas 24 simulações de ataques cibernéticos, e a inclusão de um Centro de Operações Marítimas (Maritime Operational Center – MOC), que possibilitou o planejamento e condução do exercício no nível operacional.

O Comandante em Chefe da Armada do Chile, Almirante Juan Andrés De La Maza, parabenizou a todos os participantes da “Unitas LXV” e entregou uma placa aos representantes das Marinhas participantes, inclusive ao Comandante da Fragata “Liberal”, o Capitão de Fragata Rogerio Diniz.

Durante o evento, o Almirante Maza falou a respeito do cuidado que a Operação teve com o meio ambiente ao executar os exercícios sem afetar o ecossistema, e também destacou a inclusão de exercícios de cibersegurança. “É algo que veio para ficar e para o qual temos de estar preparados. É por isso que é mais provável que, a partir de agora, isso seja incluído nas novas versões do ‘Unitas’”, enfatizou.

O Comandante da Quarta Esquadra da Marinha dos Estados Unidos e responsável pelo Comando da “Unitas LXV”, Contra-Almirante Carlos Sardiello, elogiou a contribuição de todos os participantes nesta edição do exercício. Em sua declaração, o Almirante Sardiello ressaltou dois elementos essenciais que resultaram no sucesso da operação: a colaboração mútua e a confiança entre as Marinhas e os países envolvidos.

A próxima Operação “Unitas”, em 2025, será  nos Estados Unidos da América.

Fases da Operação “Unitas LXV”

A primeira fase da Operação foi realizada no porto, no período de 2 a 4 de setembro. Os participantes realizaram reuniões em que foram apresentados o cronograma das atividades planejadas, a especificação dos exercícios, detalhes logísticos, entre outros. Já na fase de mar, conduziram exercícios de ações de superfície, defesa aeroespacial e operações antissubmarino; manobras táticas e formaturas entre navios, além de exercícios de tiro de apoio de fogo naval, e de tiro sobre alvo de superfície à deriva.

Após essa fase, começou  um exercício de confronto de forças (Freeplay), onde os navios foram divididos em dois grupos que se enfrentaram conforme um cenário geopolítico simulado. O objetivo foi testar a capacidade de resposta e a eficácia das forças envolvidas em situações dinâmicas e imprevistas.

O Freeplay também foca na interação entre diferentes forças e unidades, promovendo a coordenação e a comunicação eficaz entre os participantes. Após esse exercício, houve uma avaliação detalhada das ações tomadas e das decisões feitas. “Isso ajuda a identificar pontos fortes e áreas para melhoria, contribuindo para o aprimoramento das operações futuras”, disse o Chefe de Operações do GT brasileiro, André Luiz Brabo.

O próximo destino da Fragata “Liberal” é a Operação “Solidarex”, que ocorrerá em águas jurisdicionais peruanas. Trata-se de um exercício de assistência humanitária, simulando um terremoto no Peru, em resposta a um desastre onde atuam grupos paramilitares. Participam Brasil, Colômbia, Equador, México, EUA e o país anfitrião.

Assista ao vídeo:

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Foto de Capa: Armada do Chile

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