Desde a última sexta-feira (26), os olhos de todo o mundo estão voltados para Paris, na França, onde está sendo realizada a edição dos Jogos Olímpicos 2024. Até o dia 11 de agosto atletas de elite, divididos em 45 modalidades, representam seus países em busca de medalhas e de novos rumos para a história do esporte. Caminhando lado a lado dessa cena esportiva, a Marinha do Brasil (MB) já escreveu importantes páginas no capítulo dos Jogos ao longo das décadas.
Do embarque em direção ao sonho à honra em carregar a bandeira do Brasil na cerimônia de abertura, a participação em momentos históricos dos Jogos Olímpicos é para poucos. Nesta edição, o Time Brasil foi representado pelos atletas Isaquias Queiroz, da canoagem, e Raquel Kochhann, do rugby sevens, como porta-bandeiras da delegação brasileira.
Outras modalidades também já protagonizaram destaque. Somente o basquete ocupou a posição por quatro edições. No ainda chamado Jogos Olímpicos de Verão, de 1952, em Helsinque, na Finlândia, tivemos o primeiro representante deles, o carioca e basquetebolista, Almirante Mário Jorge da Fonseca Hermes.
O atleta da Marinha, que ingressou na Escola Naval em 1944, se tornou um dos nomes mais representativos da história da Força no esporte olímpico. Ainda como Primeiro-Tenente, naquelas Olimpíadas de Helsinque, Hermes foi titular da Seleção Brasileira e escolhido para ser o porta-bandeira da delegação. Na ocasião, marcou 46 pontos em oito jogos.
Falecido em junho de 2019, aos 92 anos, o Almirante desenhou uma carreira de destaque pela seleção brasileira de basquete colecionando a medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de 1951 e no Mundial de 1954, além de disputar as Olimpíadas de Helsinque em 1952 e desfilar com a tocha dos Jogos Pan-americanos de 2007, no Rio de Janeiro.

Histórico de Porta-Bandeiras brasileiros
Na edição dos Jogos da Antuérpia, em 1920, o Brasil teve um porta-bandeiras pela primeira vez. O atleta do tiro esportivo, Guilherme Paraense, foi o responsável por iniciar essa tradição olímpica entre os esportistas brasileiros.
A ocasião também marcou a participação da delegação brasileira no evento mundial. Confira abaixo a lista dos porta-bandeiras de todas as edições dos Jogos Olímpicos:
• Tóquio 2020: Ketleyn Quadros (judô) e Bruninho (vôlei);
• Rio de Janeiro 2016: Yane Marques (Pentatlo moderno);
• Londres 2012: Rodrigo Pessoa (Hipismo);
• Pequim 2008: Robert Scheidt (Vela);
• Atenas 2004: Torben Grael (Vela);
• Sydney 2000: Sandra Pires (Vôlei de praia);
• Atlanta 1996: Joaquim Cruz (Atletismo);
• Barcelona 1992: Aurélio Miguel (Judô);
• Seul 1988: Walter Carmona (Judô);
• Los Angeles 1984: Eduardo Souza Ramos (Vela);
• Moscou 1980: João Carlos de Oliveira (Atletismo);
• Montreal 1976: João Carlos de Oliveira (Atletismo);
• Munique 1972: Luiz Cláudio Menon (Basquete);
• Cidade do México 1968: João Gonçalves Filho (Polo aquático);
• Tóquio 1964: Wlamir Marques (Basquete);
• Roma 1960: Adhemar Ferreira da Silva (Atletismo);
• Melbourne 1956: Wilson Bombarda (Basquete);
• Helsinque 1952: Mário Jorge da Fonseca Hermes (Basquete);
• Londres 1948: Sylvio de Magalhães Padilha (Atletismo);
• Berlim 1936: Sylvio de Magalhães Padilha (Atletismo);
• Los Angeles 1932: Antonio Pereira Lyra (Atletismo);
• Paris 1924: Alfredo Gomes (Atletismo);
• Antuérpia 1920: Guilherme Paraense (Tiro).

Os militares e as Olimpíadas
Com a missão de defender a Pátria, ao longo dos anos os militares também demonstraram alto rendimento esportivo. Para além dos campos de batalha e patrulhamento do território brasileiro, a capacidade física e a disciplina ganharam disputas, não só pela manutenção da soberania, mas também pela busca por medalhas e pódios.
Outro exemplo que se junta ao do Almirante Hermes é o atleta de corrida, Primeiro-Tenente Adalberto Cardoso. O militar foi destaque pela força e coragem durante a participação nas Olimpíadas de Los Angeles (EUA), em 1932.
Na competição, todos os corredores já tinham terminado a prova enquanto o Primeiro-Tenente Adalberto caiu três vezes, mas seguiu. O então oficial da Marinha do Brasil cruzou a linha de chegada com a força da torcida que gritava “homem de ferro”.
Após a situação ter estampando as capas de jornais daquela época, o filho do atleta, Ademir Mendes Cardoso, chegou a lembrar da importância da resistência militar para a conclusão da prova: “Meu pai conseguiu dar todas as voltas, foi aplaudido de pé e ainda ganhou uma medalha de participação”.
O Primeiro-Tenente Adalberto ficou conhecido mundialmente pela sua bravura, mas o atleta da Marinha também combateu na Segunda Guerra Mundial.

Time Marinha nas Olimpíadas
Por meio do Programa Olímpico da Marinha (PROLIM), 44 atletas militares, em 12 modalidades, representam o país nos Jogos Olímpicos Paris 2024. O PROLIM será representado também por mais 16 que competiram pela Força em importantes fases de suas trajetórias. O projeto garante a integração de esportistas de alto rendimento da Força ao Time Brasil. Ao todo, a delegação brasileira conta com 277 atletas que vão competir pelas 45 modalidades da disputa olímpica e você pode conferir mais detalhes da participação da Marinha do Brasil clicando aqui.
Acompanhe a programação completa dos Jogos Olímpicos Paris 2024.
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