A Marinha do Brasil (MB) realizou, na última segunda-feira (25), o 9º Exercício de Resposta a Emergências Nucleares e Radiológicas Navais do calendário de 2024. Nessa oportunidade, foram acionados os Centros de Resposta a Emergências (CARE) do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI-PR) e da Secretaria Naval de Segurança Nuclear e Qualidade (SecNSNQ). A novidade nesta edição ficou por conta de ter sido empregada uma aeronave durante o exercício em uma simulação de cenário de alta complexidade. A pessoa que estava no papel de radioacidentada foi levada do Centro Experimental Aramar (CEA), em Iperó (SP), para o Hospital Naval Marcílio Dias (HNMD), no Rio de Janeiro (RJ).

O objetivo central do exercício foi demonstrar a adequabilidade das instalações, equipamentos, comunicações, recursos humanos, procedimentos e materiais para mitigar os efeitos de emergências Nucleares e Radiológicas (NBQR), no âmbito da MB. A atividade, que foi bem-sucedida, também comprovou a capacidade de coordenação e controle do Grupo Executivo do Plano de Emergência do Plano de Emergência Local do Centro Experimental Aramar (GEPE-CEA), que atuou de forma integrada com os diversos atores envolvidos, no Rio de Janeiro e em Brasília.

Dinâmica do exercício

A emergência simulada consistiu em um vazamento na saída do reator do Laboratório de Materiais Nucleares (LABMAT), em Aramar, com simulação de quatro vítimas atingidas. Na sequência, houve acionamento do alarme sonoro e início dos procedimentos de evacuação dos colaboradores que estavam nas instalações radiologicamente afetadas.

Entre outras medidas conduzidas no exercício, houve isolamento de áreas, descontaminação e apoio na triagem e identificação de contaminados e radioacidentados. Quanto às vítimas simuladas, houve uma avaliação, por parte da Equipe de Proteção Radiológica, de triagem segundo os valores de dose radioativa recebida, e o posterior embarque de uma delas em uma aeronave do tipo AH-15B, para condução até o HNMD, no Rio de Janeiro. O radioacidentado transportado, então, deu entrada na Unidade de Tratamento Intensivo para Radioacidentados (UTIR) do hospital, local onde é oferecido o tratamento adequado para casos dessa natureza.

 

Por fim, encontrando-se o cenário sob controle, as ações de respostas à emergência foram encerradas, mantendo-se o isolamento da área afetada para que ações como a perícia técnica pudessem ser iniciadas, conforme padrão de segurança.

Durante todo o exercício, atuaram, no CARE, representantes de diversas organizações militares da MB ligadas à estrutura de resposta a emergências. Já entre as entidades civis, destaca-se a participação do Centro Nacional de Gerenciamento de Emergência Nuclear do GSI-PR, que acompanhou o exercício diretamente de Brasília. Todos os envolvidos estavam conectados via Sistema de Acompanhamento em tempo real.

“Verificamos que nós somos capazes de dar uma resposta eficiente e eficaz visando à segurança das pessoas, do meio ambiente e das instalações”, destacou o Superintendente de Operações da SecNSNQ, Contra-Almirante Paulo Cesar Demby Corrêa.

Sobre a SecNSNQ

A SecNSNQ é órgão de assistência direta ao Comandante da Marinha, e suas principais tarefas são regular, licenciar, fiscalizar e controlar qualquer tipo de embarcação, privada ou de Estado, que empreguem reatores nucleares como fontes de energia próprias ou para terceiros, nas águas jurisdicionais brasileiras. O intuito dessa atuação é proteger as tripulações, a população, o patrimônio e o meio ambiente contra os efeitos indesejáveis das radiações ionizantes. 

 

Colaboração: Cleiton Bezerra, jornalista da Amazul

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