A reversão dos impactos causados pelos temporais no Rio Grande do Sul depende de diversos fatores. A primeira esperança era a de que as chuvas dessem uma trégua e que, com isso, o nível da água baixasse. Mas, mesmo após esse aguardado momento, ainda restará muito a ser feito para reconstruir o dia a dia das pessoas afetadas pelas enchentes. Um passo importante nesse sentido é a reabilitação das estradas e vias, trabalho que os Fuzileiros Navais, da Marinha do Brasil (MB), têm ajudado executar.

Desde o início de maio, um Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais em Apoio à Defesa Civil foi ativado para reforçar, junto aos órgãos locais, o auxílio à população gaúcha. Parte de seus meios foi deslocada do Rio de Janeiro por terra, em comboio militar, e parte foi embarcada no Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) “Atlântico”. O efetivo começou a atuar, especificamente na desobstrução, assim que chegou na área de apoio, em Guaíba (RS), no dia 11 deste mês.

Após dois dias sem chuvas, o que permitiu o Lago Guaíba entrar em relativa estabilidade, os Fuzileiros Navais iniciaram a retirada de lixo e entulho da maior escola pública do município, que atende a 1.700 alunos. O trabalho de restauração da unidade, que começou na semana passada, deve ser finalizado em três semanas. Nove escolas municipais de Ensino Infantil e Fundamental serão recuperadas pelos Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil.

O árduo trabalho de desobstrução em Guaíba

O Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais em Apoio à Defesa Civil, por meio de militares do Batalhão de Engenharia de Fuzileiros Navais (BtlEngFuzNav), tem realizado atividades como a remoção de entulhos de vias e de locais de uso público, como escolas e hospitais; no tratamento de água para distribuição tanto para a população local como para os militares; na reconstrução de muros e calçadas destruídos pela ação das águas; e na orientação, pouso e decolagem de aeronaves que estão envolvidas nas ações locais.

Em Guaíba (RS), 425 m³ de lixo e escombros já foram retirados pelos Fuzileiros Navais, com o emprego de uma viatura pá carregadeira, uma retroescavadeira, duas minicarregadeiras e um caminhão basculante.


Os militares que se encontram na linha de frente da desobstrução se mostram motivados em poder ajudar, em um momento tão sensível, o povo do Rio Grande do Sul. É o que relata o Primeiro-Tenente (Fuzileiro Naval) João Pedro de Rezende Marques Magalhães. Ele aponta como um dos grandes desafios o volume de material e estragos deixados pelas enchentes, mas ressalta que “estes obstáculos estão sendo transpostos com a dedicação de nossos militares, que estão se empenhando ao máximo para acelerar o bem-estar do povo. Levar de alguma maneira uma chama de esperança a eles é o que nos motiva no dia a dia das ações”.

Para o Comandante do BtlEngFuzNav, Capitão de Fragata (Fuzileiro Naval) Michel Silva Camelo, o apoio reduzirá o sofrimento causado pela calamidade e facilitará a recuperação das atividades locais. “O emprego dos meios de engenharia da MB já tem produzido resultados positivos nesse sentido, e continuará sendo uma forma importante de mostrar a solidariedade àqueles que confiam em suas Forças Armadas para qualquer atividade que esteja relacionada à sensação de proteção e segurança, garantindo o direito de ir e vir ao liberar vias obstruídas e, principalmente, reestabelecendo as condições mínimas de habitabilidade local para os afetados por esta calamidade”, ressalta.


*Com colaboração de CT(T) Fabrício Costa

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