Terminou na segunda-feira (14) a quarta etapa do Projeto “Navio” (Navegação Ampliada para Vigilância Intensiva e Otimizada), uma parceria entre a Marinha do Brasil (MB), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e as Secretarias de Saúde de Mato Grosso (MT) e de Mato Grosso do Sul (MS). Desde 17 de março, militares e pesquisadores nacionais e internacionais realizam ações de assistência cívico-social e hospitalar em comunidades ribeirinhas do Tramo Norte do Rio Paraguai, no Pantanal de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul.
Durante o período, o Navio-Transporte Fluvial “Almirante Leverger”, o Navio de Apoio Logístico Fluvial “Potengí” e o Navio de Assistência Hospitalar “Tenente Maximiano”, subordinados ao Comando da Flotilha de Mato Grosso, percorreram nove comunidades dos estados de MT e MS, de Cáceres (MT) a Corumbá (MS). No total, 405 ribeirinhos receberam atendimento de saúde.

O projeto tem como objetivo identificar patógenos virais circulantes nas comunidades ribeirinhas do Pantanal de MT e MS, além de estudar os impactos das mudanças climáticas na saúde pública. Com base no conceito de Saúde Única, que explora a conexão entre saúde humana, animal e ambiental, equipes multidisciplinares coletaram, ao longo do percurso, dados epidemiológicos e climáticos que permitirão, futuramente, identificar locais prioritários para a vigilância em saúde. Além da coleta de dados junto aos ribeirinhos, foram coletadas amostras de aves migratórias, águas residuais e vetores no Pantanal.
Esta é a quarta etapa do projeto, sendo a segunda viagem ao Tramo Norte. “Neste retorno a essas localidades, identificamos um aumento acentuado de arbovírus e de vírus respiratórios, além do registro, pela primeira vez, do vírus respiratório sincicial e do HTLV-1 — doença que ataca o sistema imunológico do paciente e é de notificação compulsória”, analisou o Coordenador do Projeto “Navio” e pesquisador da Fiocruz, Prof. Dr. Luiz Alcantara.
A bordo dos navios da MB, os Laboratórios Centrais dos estados de MT e MS realizaram mais de 2.100 testes sorológicos para dengue, zika, chikungunya e toxoplasmose, além de cerca de 1.900 testes de biologia molecular para arbovírus (dengue, zika, chikungunya) e vírus respiratórios (Covid-19 e influenza A e B). Segundo a Diretora do LACEN, Elaine Oliveira, “o projeto é de grande importância, pois leva atendimento especializado para comunidades que nem sempre têm acesso integral aos serviços de saúde.”

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