Criado no início dos anos 2000, o Grupo de Avaliação e Acompanhamento do Programa de Atendimento Especial (GAAPE) reúne iniciativas assistenciais voltadas ao desenvolvimento infantil no âmbito da Família Naval. A partir de uma abordagem multidisciplinar, o grupo realiza atendimentos voltados para crianças com riscos no desenvolvimento neuropsicomotor, com foco na primeira infância.

Localizado na Policlínica Naval Nossa Senhora da Glória (PNNSG), no Rio de Janeiro, e com atuação em todos os Distritos Navais, o GAAPE realiza atendimento terapêutico a crianças de até 3 anos com risco no desenvolvimento neuropsicomotor, atendidas diretamente na instituição. Ao completarem 3 anos, os pacientes são encaminhados para clínicas conveniadas, cabendo ao GAAPE realizar avaliações e reavaliações sempre que necessário.

Segundo a encarregada do GAAPE, Capitão de Fragata (Fonoaudióloga) Rachel Moura Lobato Caldas, o grupo surgiu “como resposta à necessidade de estruturar um cuidado mais eficaz e centrado na pessoa com deficiência, especialmente no que se refere ao diagnóstico e ao acompanhamento precoce”. Para ela, a criação do GAAPE representou um avanço importante na oferta de atendimento multiprofissional na estrutura de saúde da Marinha.

Atendimento especializado

Cada criança que chega ao GAAPE passa por uma avaliação minuciosa, na qual são identificadas e analisadas suas necessidades específicas. Esse processo pode ser iniciado por indicação de profissionais da saúde ou por iniciativa direta dos responsáveis. A partir da triagem, define-se se o acompanhamento será realizado na própria instituição ou em uma das clínicas credenciadas.

Com uma média de 1.600 atendimentos mensais, a equipe do GAAPE é composta por profissionais como psiquiatras infantis, pediatras, fonoaudiólogos, psicólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. Todos têm formação especializada em áreas como Transtornos do Neurodesenvolvimento, Análise do Comportamento Aplicada (ABA), Integração Sensorial, Neuropsicologia, entre outras abordagens fundamentadas em evidências científicas.

Resultados que transformam vidas

Entre os relatos de acompanhamento realizados pelo GAAPE, destaca-se o caso de uma paciente de 4 anos, atendida inicialmente com queixas de seletividade alimentar severa e dificuldades de adaptação escolar. Após o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) e início do acompanhamento, a criança apresentou avanços significativos na alimentação, comunicação e interação social.

“Após três meses de acompanhamento, a criança já começou a experimentar novos alimentos e apresentou melhora na qualidade da brincadeira”, contou a Capitão de Fragata Rachel Caldas. Atualmente, aos 7 anos, ela continua em tratamento em uma clínica credenciada ao Programa de Atendimento Especial (PAE), com suporte terapêutico semanal.

Outro caso é o de Noah, de 1 ano, filho do Primeiro-Sargento (Fuzileiro Naval) Igor Conceição de Almeida e de Roberta Viary Santana de Souza. Diagnosticado com Trissomia 21 (Síndrome de Down), Noah tem apresentado avanços importantes com o acompanhamento do GAAPE. Sua mãe destaca a relevância do apoio recebido: “Só tenho gratidão pela equipe e pelo carinho com que fomos tratados. O acolhimento que recebemos foi algo surreal, tanto para o Noah quanto para toda a nossa família. O carinho das profissionais faz toda a diferença. É gratidão que define”, afirmou.
 

Para Diana Silva de Araújo de Andrade, mãe de Murilo, o GAAPE também marcou uma transformação: “Conheci o GAAPE em 2021, após o diagnóstico de TEA do meu filho. Ele falava muito pouco e tinha muitas demandas a desenvolver. As terapias ofertadas foram, aos poucos, proporcionando fala funcional, autonomia e muito mais. Hoje, Murilo consegue acompanhar sua turma na escola, está cursando inglês com ótimo desempenho e vem alcançando o que não imaginávamos. Tenho certeza de que o GAAPE fez e faz parte de todas essas conquistas. Minha gratidão é eterna.”

Desafios e perspectivas

O aumento na demanda, especialmente devido à elevação nos diagnósticos de TEA, impõe desafios contínuos ao GAAPE, como a ampliação da infraestrutura e a manutenção de equipes especializadas. Segundo dados recentes dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, a prevalência de TEA é de 1 caso a cada 31 crianças de 8 anos, o que reforça a necessidade de expandir a capacidade de atendimento.

A atuação do GAAPE representa um modelo de cuidado integral, com base científica, e reforça o papel da Marinha do Brasil na promoção da saúde e da inclusão. Para a encarregada do grupo, o trabalho desenvolvido vai além do atendimento clínico: “Nosso compromisso é oferecer não somente tratamento, mas acolhimento e esperança às famílias da Marinha. Cada pequeno avanço de uma criança é uma grande vitória para todos nós”, conclui.

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Comentários

Ana Lydia Bati… (não verificado) Qua, 21/05/2025 - 00:23

Bom dia!
Gostaria de saber se tem o Gaape em Fortaleza e qual o endereço. Desde já agradeço

Ana Lydia Bati… (não verificado) Qua, 21/05/2025 - 00:25

Bom dia!
Gostaria de saber se tem Gaape em Fortaleza e qual o endereço. Desde já agradeço

Roberta Viary … (não verificado) Qui, 22/05/2025 - 13:52

Obrigada, equipe GAAPE, por toda a dedicação, carinho e empenho com as crianças. O trabalho de vocês faz toda a diferença na vida de cada uma delas.

Priscila (não verificado) Qui, 22/05/2025 - 17:28

Muito obrigada Equipe GAAPE pelo atendimento oferecido ao meu filho Davi que aparece nas fotos, ele tem se desenvolvido bastante!! Já está fazendo contato visual e socializando bem mais, o trabalho da fonoaudióloga Samia e a Terapeuta Isabela são fantásticas!!

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