Após cinco dias intensos, chegou ao fim, nessa sexta-feira (15), o I Curso de Cobertura Jornalística em Área de Combate. No total, 34 profissionais de imprensa, entre repórteres, editores, fotógrafos e cinegrafistas, concluíram com êxito as atividades teóricas e práticas. O curso do Centro de Operação de Paz de Caráter Naval (COpPazNav) atraiu jornalistas de 10 estados brasileiros (Porto Alegre-RS, Florianópolis-SC, Rio de Janeiro-RJ, São Paulo-SP, Belo Horizonte-MG, Cuiabá-MT, Natal-RN, Fortaleza-CE, Maceió-AL, Manaus-AM) e do Distrito Federal, distribuídos por 30 veículos de comunicação.

Ao todo, 11 emissoras de televisão (TV CNN Brasil SP, TV Bandeirantes SP, RBS TV RS, TV Pampa RS, Record SC, Record RJ, TV Brasil RJ, Inter TV Cabugi (afiliada a Globo no RN), TV Câmara DF, Rede Amazônica (afiliada da Rede Globo no AM, AC, AP, RO e RR) e TV Encontro das Águas (afiliada da TV Brasil no AM); seis jornais (Estadão, Folha de S.Paulo, O Globo, O Dia, O Sul e Zero Hora); nove sites (Portal G1 MT, Portal IN CE, Base Militar Video Magazine, Revista Operacional, Defesa Aérea e Naval, Defesa em Foco, GBN Defense, Aerodefesa e caninde.com); três agências (Brasil, Xinhua, da China, e Anadolu, da Turquia) e uma rádio (Gaúcha) enviaram representantes para o Complexo Naval da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro.


Curso no CopPazNav

Os alunos tiveram aulas de primeiros socorros, técnicas de negociação, armamento, munições e seus efeitos, ameaça Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (NBQR), medidas básicas de proteção individual, progressão em áreas com explosivos improvisados, progressão em área urbana, prática de rapel, montagem de acampamento, pista de acuidade visual, análise de risco, segurança pessoal e conduta em situações de detenção e cativeiro, embarque em Navio-Patrulha da Marinha e missão simulada.

Os profissionais de imprensa descreveram essas experiências como agregadoras, surpreendentes, valiosas e desafiadoras. O grupo terminou o curso com um sentimento bastante semelhante: será muito útil e necessário nas vidas profissionais, seja em ambiente de guerra, áreas de combate urbano ou nas atribuladas redações das grandes cidades brasileiras.


A jornalista Valeska Loureiro, do Grupo NDSC (afiliada da Record em Santa Catarina), relatou que essa foi a sua primeira vivência inserida em um ambiente militar. “Tenho certeza que essas são experiências que todos iremos levar para a vida e para o dia a dia. Eu diria que esse curso é essencial, pois nunca sabemos em que momento estaremos em situação de combate, o qual não precisa ser muito grande. Qualquer situação que o jornalista precisa passar, ele estará em uma situação de combate, pois ele não conhece o ambiente que ele vai”, afirmou a repórter catarinense.

De acordo com a repórter Nainy Castelo Branco, da Rede Amazônica (afiliada da Rede Globo no AM, AC, AP, RO e RR), o curso foi extremamente agregador, sendo considerado por ela o ideal para a área. “Poder aprender com as Forças Armadas é ainda melhor do que se pode imaginar, porque há uma vivência mais pesada. Eu já trabalhei muito com ocorrências policiais e posso dizer que isso abre nossa mente. Passamos a pensar mais e a entender melhor a comunicação de forma geral. Aqui, aprendi a falar de forma assertiva, treinar a disciplina e melhorar a minha inteligência emocional”, disse.

Já para a repórter fotográfica Claudia Martini, da Agência Xinhua, da China, o curso foi sensacional. “Coberturas em situações de conflito são o meu dia a dia. Eu tinha milhões de dúvidas de como me portar, o que fazer, como me proteger. Agora, saímos com uma noção absurda do que fazer em uma situação de conflito. Eu imaginava que haveria alguma prática, mas não que teriam situações que atingissem toda a nossa realidade. Aprendi negociação, o que preciso perceber, como me proteger e as pessoas ao redor. Mas o que mais me impressionou foi a amabilidade e o bom humor com o qual nos trataram. Do Almirante ao Cabo, fazendo com que situações complexas, tensas, ficassem mais leves. Com certeza, se eu pudesse, nasceria de novo e seria uma Fuzileiro Naval”, brincou a profissional de imprensa.

Para comprovar o que aprenderam na jornada, os alunos, divididos em grupos, apresentaram, ao final das atividades, um trabalho em áudio, texto e/ou vídeo sobre o que aprenderam.

No último dia do Curso de Cobertura Jornalística em Área de Combate, os jornalistas receberam o certificado de conclusão das mãos do Comandante do Pessoal de Fuzileiros Navais, Vice-Almirante (Fuzileiro Naval) Pedro Luiz Gueiros Taulois, que agradeceu a todos pelo comprometimento com as atividades. “Parabéns a todos pela determinação, empenho e seriedade com que levaram essa capacitação. Sei que não foi fácil porque foge muito da realidade diária de vocês, e, mesmo assim, cumpriram todas as atividades com louvor. Tenham a certeza de que o aprendizado aqui será muito útil quando estiverem em situações complexas durante uma missão. Além do conhecimento adquirido, conversamos e entendemos um pouco mais sobre a imprensa, e vice-versa, o que é muito valioso para ambos”, declarou o Almirante Taulois.

A capacitação gratuita de 34 jornalistas, de 10 estados mais o Distrito Federal, para atuar em área de combate, foi realizada no CopPazNav, unidade certificada pela Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil para ministrar cursos voltados a missões de paz, localizada no Complexo Naval da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro.

A Marinha do Brasil (MB) ainda disponibilizou aos jornalistas sete dias de hospedagem no hotel do Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (CEFAN), três refeições por dia e transporte de ida e volta para o curso, a fim de minimizar os custos da viagem dos profissionais de imprensa que vieram de fora do Rio de Janeiro.

Assista ao vídeo:

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