Para a tripulação do Navio-Patrulha Oceânico (NPaOc) “Apa”, cada um dos 84 dias da missão “GUINEX IV” representou uma oportunidade de estreitar laços e trocar experiências com militares de mais de 20 países. Foram dias de workshops e exercícios no mar do Golfo da Guiné, na costa da África, em uma operação que aprimorou ações de controle de avarias, navegação, comunicações, primeiros socorros e técnicas de abordagem.
Mas para o Marinheiro Lucas Silva, cada um desses dias foi permeado por uma mistura de sensações, entre a vocação de servir ao País, a saudade de casa e o sonho de conhecer a pequena Antonella, sua filha, que nasceu durante a missão. Enquanto de um lado do Atlântico, o Marinheiro se aproximava do porto de Lagos, na Nigéria, do outro, no Hospital Naval Marcílio Dias (RJ), mais especificamente nos braços da sua esposa Raíssa, estava Antonella, sua filha recém-nascida, pesando 2,2 kg.
“Eu não tive a oportunidade de acompanhar presencialmente, mas graças ao apoio do comando do navio pude ter acesso a fotos e vídeos do parto, conseguindo participar um pouco desse momento tão especial para mim e para a minha família. No mar, a gente não tem acesso à internet, mas depois de receber a notícia de que estava tudo bem, eu fiquei mais tranquilo”, relembra o Marinheiro.
Após um mês e 18 dias, em 13 de julho, o NPaOC “Apa” chegou à Base Naval do Rio de Janeiro, encerrando a comissão. A esposa lembra que o episódio foi difícil, doloroso por ele estar longe. “Mas, ao mesmo tempo, ele estava com o coração pertinho de nós. Foi um momento muito marcante para as nossas vidas, essa chegada da nossa princesa. Sabemos que ele não está presente porque está em missão, trabalhando pelo Brasil, por todos os brasileiros, inclusive por mim e pela nossa filha”, lembrou Raíssa, ao sair do hospital.
“GUINEX IV”
A Operação “GUINEX”, coordenada pela Marinha do Brasil (MB), teve início em 2021. Em 2024, em sua quarta edição, foram realizadas atividades e demonstrações para militares das Marinhas e das Guardas Costeiras de sete países: Benin, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gana, Guiné-Bissau, Nigéria e Senegal. No total, foram conduzidos 36 workshops, abrangendo uma variedade de temas, bem como 28 exercícios no mar, com 12 países diferentes.

A ênfase do treinamento foi na abordagem a navios suspeitos de práticas criminosas, como a pirataria; inspeção a outros, com manobras de embarcações rápidas; o trânsito sob ameaças assimétricas; e as técnicas de operações especiais, para manter a preparação adequada para combater atividades ilegais que possam afetar a segurança marítima. O intercâmbio de atividades operativas possibilitou o desenvolvimento e fortalecimento de habilidades, competências, estratégias e recursos, melhorando a capacidade de adaptabilidade a cenários cada vez mais inconstantes.
Interoperabilidade
Outro caráter importante da “GUINEX IV” foi a interoperabilidade, que permitiu a troca de conhecimento, absorção de novas técnicas operativas e o aprimoramento das manobras. Além das ações conjuntas para proteção do Golfo da Guiné, o exercício reforçou a chamada diplomacia naval, estreitando os laços do Brasil, representado pela MB, com os demais países participantes. Dessa maneira, a Força reafirma a sua missão de apoiar a política externa brasileira.

No campo da diplomacia naval, o navio recebeu a bordo dez shipriders (observadores internacionais) de Marinhas e Guardas Costeiras de oito nacionalidades, permitindo valiosa troca de experiências e conhecimentos. Além disso, durante a missão, ocorreram também a doação de uniformes para a Guarda Costeira de Cabo Verde e entrega de livros doados pela Fundação Biblioteca Nacional do Brasil aos sete países visitados.
Desde 20 de abril, quando desatracou do Rio de Janeiro (RJ), o NPaOc “Apa” participou de mais duas operações além da “GUINEX IV” – “OBANGAME EXPRESS 2024” e “REMEX” – coordenadas pelos Estados Unidos e pela Nigéria, respectivamente. “Em todas as missões que participou, a Marinha do Brasil reafirmou seu papel no cenário internacional, como protagonista para a manutenção da estabilidade, da segurança e da prosperidade no Oceano Atlântico, além de estreitar os laços de fraternidade com nações amigas”, afirma o Comandante do NPaOc “Apa”, Capitão de Fragata Guilherme Santos.
Por meio da atuação do NPaOc “Apa” e dos militares, o Comando do 1º Distrito Naval extrapolou sua área de atuação para além da Amazônia Azul, alcançando as fronteiras do entorno estratégico brasileiro.

*Colaboração do Capitão de Fragata Guilherme dos Santos Ribeiro, do Primeiro-Tenente João Victor Souza Mello e do Primeiro-Tenente (RM2-T) Caio Cézar Gomes Zóia.
Comentários
Simplesmente emocionante, este momento que a nossa querida Marinha, proporcionou a este bravo e brilhante militar . A Marinha, faz tudo acontecer. Minha, vida, paixão e tudo de bom que ,vivi ........
Excelente serviço executado pela marinha do Brasil, com as marinhas dos países amigos do continente africana.
Bravo zulu para nossa Marinha.
BOA NOITE 🌙 GALERA. EU, WILLIAM, TRABALHEI MUITOS ANOS EMBARCADO EM PLATAFORMAS DE PETRÓLEO, NAVIOS PLATAFORMAS E UMAS EMBARCAÇÕES DE GUERRA DA MARINHA. O MAR É UM DOS LUGARES Q O FILHINHO CHORA E A MÃE, NÃO VE. NÓS HOMENS DO MAR PASSAMOS POR MUITAS SITUAÇÕES DE TIRAR O SONO, PRINCIPALMENTE QUANDO ESTAMOS EMBARCADOS EM PLATAFORMAS DE PETRÓLEO SEMI-SUBMERSIVEIS, OS SISTEMAS DE LASTROS SÃO GRANDES VÁLVULAS DE LASTROS, NO FORMATO DE SUBMARINOS SEM PERISCÓPIO. ESSES TIPOS DE PLATAFORMAS DE PETRÓLEO QDO O MAR 🌊 🌊 🌊 ESTÁ AGITADO AS ONDAS BATEM VIOLENTAMENTE NAS JAQUETAS DA PLATAFORMA E A MESMA SACODE MUITO. A NOITE 🌙 É DE DAR MEDO PROS EMBARCADOS DE PRIMEIRA VIAGEM, NOS COSTUMAMOS DIZER QUE O MAR É UM DOS LUGARES QUE O FILHO CHORA E A MÃE NÃO VE, PODEM ACREDITAR, EU JÁ VI ALGUNS PEDIREM PRÁ DESEMBARCAR.
ESSA INTEGRAÇÃO DA MARINHA DO BRASIL É MUITO IMPORTANTE, PRÁ TRANSMITIRMOS CONHECIMENTOS TECNOLÓGICOS E ADGUIRIRMOS EXPERIÊNCIA. ESTAMOS A BORDO COM VOCÊS.
Hoje Eu recebi uma reportagem onde o Ministro da Defesa do Brasil, fez um longo comentário, onde ele citou a vida embarcada dos Marinheiros, onde eles tem que passarem os dias embarcados em pequenos cubículos e envoltos em combustível dos próprios embarcações, Eu que fui militar também, só que dá FAB, fizemos algumas Missões em lugares inóspitos, mas foi de no máximo 5 dias , dormindo em barracas montadas pelo EB . Mas nada se compara ao tempo embarcado em um Navio , ou fragata. Parabéns aos Marinheiros da MB, vocês são uns Heróis.
Bom dia! Quando escolhemos conscientemente a nossa caminhada profissional, não temos que nos alarmarmos! Se há tempo de mudarmos de profissão?! Chegamos a mudanças! Mas, todavia, escolhemos o que está no nosso campo genético profissional?! Não adianta mudarmos! Quem é pato d'água é pato d'água! Quem é anfíbio é anfíbio, quem é águia vai ser águia! Porém, têm muitas pessoas, que fazem essa tríade. O Brasil está muito defasado em uma real circunferência de guerra! As nossas FFAAs, infelizmente estão com um déficit de combate fraquíssimo! Espero em Deus que alguém tome a rédea! E que as nossas FFAAs voltem o
que realmente devem ser!
Parabéns ao novo papai e mamãe que o Criador abençoes sua família. À pequena Antonella, seja bem vinda a Família Naval e que você cresça com saúde.
Só achei desconexo o título da matéria, pois pensei tratar-se de mostrar o fato "nascimento-ausência do pai-trabalho", dando destaque aos personagens, trazendo uma visão ao público externo situações que os militares passam corriqueiramente, como nascimento de filhos, mortes de entes queridos, aniversários, formaturas. Enfim, fatos que a quase totalidade da sociedade tem o prazer, dentro do contexto de cada ocorrência, de presenciar/participar.
Quanto a operação Guinex; bem, isso poderia ter sido abordado em uma outra matéria.
Parabéns ao novo papai e mamãe que o Criador abençoes sua família. À pequena Antonella, seja bem vinda a Família Naval e que você cresça com saúde.
Só achei desconexo o título da matéria, pois pensei tratar-se de mostrar o fato "nascimento, ausência do pai, trabalho", dando destaque aos personagens, trazendo uma visão ao público externo situações que os militares passam corriqueiramente, como nascimento de filhos, mortes de entes queridos, aniversários, formaturas. Enfim, fatos que a quase totalidade da sociedade tem o prazer, dentro do contexto de cada ocorrência, de presenciar/participar.
Quanto a operação Guinex; bem, isso poderia ter sido abordado em uma outra matéria.
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