A movimentação de cargas nos portos do Rio Grande do Sul (RS) teve uma alta recorde no primeiro semestre de 2023. Cerca de 1.800 embarcações transportaram mais de 20 milhões de toneladas. A maior parte das mercadorias passou pelo Porto do Rio Grande, responsável por cerca de 95% do total. Já nos portos de Pelotas e de Porto Alegre foram 638.976 e 375.697 toneladas, respectivamente. Além dos três portos públicos, os dados se referem, também, às movimentações dos terminais de uso privado e arrendados e dos estaleiros Rio Grande e do Brasil Ltda.
No topo da lista de cargas estão os granéis sólidos, seguidos pelas cargas gerais e granéis líquidos. No Porto do Rio Grande, a soja é uma das mercadorias com destaque de movimentação, com variação positiva de 118.05%, quando comparada ao primeiro semestre de 2022. No Porto de Pelotas, o destaque também foi para a soja. Apenas no mês de junho, foram carregadas 2.997 toneladas do produto. Em Porto Alegre, a estrutura portuária contabilizou, no primeiro semestre deste ano, 375.697 toneladas movimentadas. A maior parte dessa quantidade, 217.186 toneladas, é de insumos para a produção de fertilizantes.
Toda essa movimentação conta com o trabalho da Capitania dos Portos do RS, Organização da Marinha do Brasil (MB) que atua na regulamentação do serviço de praticagem e no despacho de embarcações que entram e saem dos terminais e das que realizam o fundeio. Dessa forma, a Força Naval contribui para a eficiência e segurança dos terminais, além de auxiliar na preservação dos recursos naturais da área costeira.
“A Marinha desempenha papel relevante na garantia da segurança das embarcações e tripulações que transitam pelos portos. Isso ajuda a prevenir acidentes, colisões e outros incidentes que possam colocar em risco a vida humana e o meio ambiente. Além disso, a Força fiscaliza e aplica regulamentos marítimos a fim de garantir que as operações portuárias atendam aos padrões de segurança. Isso ajuda a evitar práticas inadequadas e a manter a integridade das operações. Além de contribuir, também, para a prevenção e o combate às atividades ilícitas, como contrabando, tráfico de drogas, imigração ilegal, ajudando a manter a segurança e a ordem nos portos”, destacou o Capitão dos Portos do RS, Capitão de Mar e Guerra Luciano de Assis Luiz.
O Comandante explica, ainda, que o aumento de movimentação nos portos do Rio Grande do Sul exige que os militares atuem em várias frentes. “Com esse maior volume de movimento nos portos, é esperado que intensifiquemos nossas atividades. Isso envolve mais inspeções, um monitoramento mais rigoroso e, possivelmente, a necessidade de recursos adicionais para lidar com o aumento da demanda. O objetivo permanece o mesmo: assegurar que as operações portuárias ocorram de maneira segura e eficiente”, explicou o Capitão dos Portos.
De acordo com o presidente da Portos RS, empresa pública responsável por gerenciar o sistema hidroportuário do estado, Cristiano Pinto Klinger, a atuação conjunta das duas instituições é fundamental, principalmente no Rio Grande Sul, estado que conta com alta exportação e movimentação de produtos agrícolas pelos portos.
“A relação entre autoridades Marítima e Portuária é de fundamental importância e necessita de total alinhamento para que a gente consiga realizar uma boa operação portuária. Quando a gente fala, por exemplo, que aqui no Rio Grande do Sul, de 25 a 30% do PIB passa pela estrutura dos portos gaúchos, sem existir essa boa relação, nós não conseguiríamos fazer essa movimentação, porque precisamos da Autoridade Marítima, com seu papel de segurança da navegação, e da Autoridade Portuária, com as regras de navegação portuária”, explicou Klinger.
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