Quem circula pela região portuária da cidade do Rio de Janeiro, consegue avistar uma pequena ilha situada na Baía de Guanabara, onde está o “castelinho”, como é chamada carinhosamente por cariocas e turistas a Ilha Fiscal. Mas pouca gente sabe que o local foi palco de um dos eventos mais emblemáticos da história: o último baile do Império, realizado em 9 de novembro de 1889, poucos dias antes da Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889. 

Um elo entre o passado e o presente, a Ilha Fiscal foi transferida para a Marinha do Brasil (MB) pelo Ministério da Fazenda, em 1913, e faz parte do Complexo Cultural da Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha (DPHDM), que preserva a história naval brasileira. Após um ano e meio fechada para obras de recuperação estrutural, conservação e restauração, a MB reabriu as portas do local em julho do ano passado. Com uma média de 40 mil visitantes anuais, a Ilha Fiscal é uma das principais atrações turísticas da capital carioca.

História 
A Ilha Fiscal, no Rio de Janeiro, tem uma história que remonta ao século XIX, quando os portugueses a chamavam de Ilha dos Ratos. A Ilha tornou-se famosa pelo evento “O Último Baile do Império”, em homenagem à oficialidade do Encouraçado chileno “Almirante Cochrane”. A festa foi organizada em retribuição à recepção dada à guarnição do Navio-Escola “Almirante Barroso” durante a sua passagem pelo Chile no ano anterior, quando em viagem de circunavegação.

O atual nome, Ilha Fiscal, provém do fato de ali ter funcionado o posto da Guarda Fiscal, que atendia o porto da capital do Império, no século XIX. Projetado pelo engenheiro Adolpho José Del Vecchio, para ser um pequeno castelo, em estilo neogótico-provençal, baseado nas ideias do arquiteto francês Viollet-le-Duc, o edifício da Ilha Fiscal foi concluído em abril de 1889, sendo inaugurado com a presença do Imperador D. Pedro II.

“Desde a sua cantaria aos seus vitrais, passando pela beleza arquitetônica, a imponente construção que adorna a Baía de Guanabara é certamente símbolo do Patrimônio Histórico e Cultural não apenas da Marinha do Brasil, mas de toda a Nação, afirmou o Diretor do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha, Vice-Almirante  Gilberto Santos Kerr. 

A respeito da Ilha Fiscal, o então imperador do Brasil teria afirmado: “A ilha é um delicado estojo de uma brilhante joia”.
 

Passeio para a Ilha Fiscal
Do Espaço Cultural da Marinha, no centro da cidade do Rio de Janeiro, é possível acessar a Ilha Fiscal por meio de uma escuna ou por via terrestre. A visitação é guiada e o palácio conta com a exposição temporária “Ilha Fiscal: Neogótico em Terras Tropicais”, além da Galeota D. João VI, a embarcação mais antiga preservada no Brasil, construída em 1808, e que servia para transportar a família real portuguesa. 

O ingresso para a Ilha Fiscal dá direito a visitar as atrações do Espaço Cultural da Marinha, que conta com uma área expositiva de cerca de 1,1 mil metros quadrados. Instalado nas antigas docas da Alfândega, sobre uma área aterrada na segunda metade do século XIX, o espaço foi inaugurado em 1996. Lá é possível conhecer um caça de interceptação e ataque AF-1 Skyhawk, os carros de combate Kürassier e Cascavel, o Contratorpedeiro Museu “Bauru”, o Helicóptero Museu “Sea King”, a Nau dos Descobrimentos, e o Submarino Museu “Riachuelo”. 

A compra dos ingressos pode ser feita antecipadamente online, nos sites www.marinha.mil.br/dphdm ou www.ingressocomdesconto.com.br, e diretamente na bilheteria do Espaço Cultural da Marinha, localizado na Orla Conde (Boulevard Olímpico), s/n, Praça XV, Centro - Rio de Janeiro, RJ. O Espaço Cultural da Marinha funciona de terça a domingo das 11h às 17h.