Sabia que, na Marinha do Brasil (MB), é possível atuar com tecnologia nuclear, projetos de submarinos e sistemas de defesa de última geração, contribuindo diretamente para a soberania nacional?
A carreira militar na MB oferece aos engenheiros oportunidades em áreas estratégicas para o País. Todos os anos, por meio de concursos públicos e processos seletivos, a Marinha recruta profissionais para atuar em diversas áreas de fronteira tecnológica, incluindo aquelas relacionadas à Quarta Revolução Industrial, como inteligência artificial, robótica, sistemas autônomos, nanotecnologia e manufatura aditiva. O objetivo é tanto desenvolver novas capacidades militares como aperfeiçoar as já existentes, impulsionando o avanço tecnológico da Força.
Com 135 anos de existência, o Corpo de Engenheiros da Marinha (CEM) é um dos pilares estratégicos da defesa e da inovação tecnológica no País. Sua atuação é essencial para assegurar a infraestrutura e as capacidades operacionais da MB.

Para manter os meios navais sempre prontos a proteger a soberania nacional, a Marinha oferece aos engenheiros militares diversas oportunidades de qualificação, como cursos de mestrado e doutorado, no Brasil e no exterior. “Os desafios tecnológicos na área de engenharia são infinitos”, explica o Primeiro-Tenente (Engenheiro Naval) Foluke Salgado de Assis. Engenheiro de materiais, o militar destaca que a necessidade de atualização constante é estratégica: “Ou dominamos a tecnologia, ou ficamos obsoletos e vulneráveis. É nossa responsabilidade garantir o funcionamento dos meios navais em operação e também dos que ainda estão por vir."

“A rotina de um engenheiro na Marinha varia conforme a especialização e o tipo de organização militar em que serve”, afirma a Capitão de Corveta (Engenheiro Naval) Natashe Nicoli Branco Cavlac, formada em Engenharia Mecânica pela Escola Politécnica de São Paulo (Poli-USP). Segundo ela, os profissionais dessa área podem atuar diretamente no desenvolvimento, modernização e manutenção de navios de guerra, submarinos e sistemas navais de alta tecnologia.
Natural de Mogi das Cruzes (SP), a militar também destaca oportunidades na gestão de projetos de construção naval, na implementação de sistemas de defesa e no desenvolvimento de tecnologias estratégicas, como propulsão naval com base em reator nuclear. “A segurança cibernética e a defesa eletrônica, por exemplo, estão cada vez mais em evidência. A Marinha do Brasil tem investido fortemente na especialização da equipe de engenheiros”, completa.

A engenheira mecânica do CEM ressalta, como aspecto fundamental, as possibilidades de crescimento profissional e pessoal proporcionadas pela Marinha. Segundo a Comandante Natashe, a MB oferece uma carreira singular, cheia de desafios, inovação e oportunidades de desenvolvimento, tanto no território nacional quanto no cenário internacional.
“Dentre as diversas oportunidades profissionais que a Marinha me proporcionou ao longo da minha trajetória, destaco a possibilidade de atuar em uma área de alta relevância e inovação tecnológica, contribuindo diretamente para o desenvolvimento estratégico do meu País. Trabalhar com tecnologias de ponta, em projetos voltados à soberania nacional, é um privilégio que agrega não somente conhecimento técnico, mas também um profundo senso de propósito e responsabilidade”, ressalta a Engenheira Naval Natashe.
Entre as oportunidades que teve, a Oficial destaca os cursos organizados pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) dos quais participou: um realizado na renomada Universidade de Uppsala, na Suécia, e outro no prestigiado Laboratório Nacional de Oak Ridge, nos Estados Unidos. Para ela, essas vivências internacionais foram extremamente enriquecedoras e permitiram o intercâmbio de experiências com profissionais de diferentes culturas.
Atualmente, a Capitão de Corveta Natashe atua tanto na pesquisa quanto no desenvolvimento de projetos na área nuclear, além de exercer atividades de gestão e liderança da equipe responsável por projetos de inovação tecnológica na Diretoria de Desenvolvimento Nuclear da Marinha, organização subordinada ao Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo, executora do Programa Nuclear da MB.
O Primeiro-Tenente Foluke atua na Divisão de Materiais Avançados do Instituto de Pesquisas da Marinha (IPqM), com foco no desenvolvimento de cerâmicas avançadas. Segundo o Oficial, a cerâmica piezoelétrica desenvolvida na divisão é o coração de sensores hidroacústicos, comumente usados em sonares. Por ser altamente sensível e produzido por poucas instituições, o material é inteiramente desenvolvido pelo IPqM, desde a síntese até o produto final. “Isso envolve desde a preparação do pó cerâmico, a chamada síntese, até o processamento que transforma esse material em um sensor, um transdutor”, resume o engenheiro de materiais.
Motivação para ingressar na MB
O interesse em ingressar na Marinha do Brasil surgiu durante o doutorado do Primeiro-Tenente (Engenheiro Naval) Foluke. Nesse período, o doutor em Ciências dos Materiais pelo Instituto Militar de Engenharia conheceu o trabalho desenvolvido no IPqM e participou de experimentos realizados no instituto. Foi assim que conheceu o Corpo de Engenheiros da Marinha e decidiu prestar concurso público, com o objetivo de integrar a equipe de pesquisadores daquele instituto de pesquisas.
“E fui aprovado. No entanto, eu descobri que precisava passar pelo Curso de Formação de Oficiais e só depois saberia onde iria servir. Após a formação, tive a grata surpresa de que serviria justamente no Instituto de Pesquisas da Marinha, onde estou até hoje”, conta o Tenente Foluke.
Já a Capitão de Corveta (Engenheiro Naval) Natashe, desde criança tinha interesse em servir às Forças Armadas. “Sempre admirei a disciplina, a postura e o que os militares representam para o País”, conta a Oficial, que gostaria de ter ingressado na MB mais jovem, mas seguiu o conselho do pai e concluiu primeiro a graduação.
O ingresso veio após incentivo da mãe, que viu um anúncio do concurso na televisão. “Imediatamente, ela me ligou e disse: ‘O que você acha, filha? Acho que agora é o momento!’. E eu não hesitei”, lembra. Na época, a Capitão de Corveta Natashe já cursava mestrado e decidiu se inscrever, mesmo com pouco tempo para estudar. Faltava apenas um mês para o concurso.

Estratégia de estudos
Com pouco tempo para a prova, ela traçou um plano de estudos baseado no edital: “Listei as disciplinas exigidas para a minha especialidade, Engenharia Mecânica, dividi entre as quatro semanas e estabeleci metas de estudo a serem atingidas”. Ela explica que o fato de estar cursando mestrado ajudou, pois o conteúdo estava fresco na memória e foi necessário apenas revisar o material.
Como na época de seu concurso os recursos eram mais limitados do que hoje, a então candidata Natashe se preparou recorrendo aos livros que já possuía da graduação e à biblioteca da Poli-USP. Hoje, há ainda mais recursos, como as edições anteriores do concurso, disponíveis na página do Serviço de Seleção do Pessoal da Marinha, o que auxilia na preparação para a prova e serve como orientação para os estudos.
E essa foi uma das estratégias adotadas pelo Primeiro-Tenente (Engenheiro Naval) Foluke. “Na parte específica, eu me baseei nas provas antigas realizadas pela Marinha para a minha área de engenharia”, conta. Por estar concluindo o doutorado à época e atuar na área há bastante tempo, ele explica que já tinha familiaridade com o conteúdo de Engenharia de Materiais. “Fiz um curso preparatório também, principalmente para a parte objetiva, que era matemática e física, matérias comuns para todas as engenharias. Após aprovado nessas fases, comecei a focar nos testes de aptidão”, relembra o Engenheiro Naval, que fez um cronograma de treinos para garantir um bom desempenho.

Para a Capitão de Corveta Natashe, a preparação para o Teste de Aptidão Física foi facilitada pela prática esportiva desde a infância. “A atividade física é fundamental na minha rotina, pois contribui para manter minha saúde física e mental”, diz a militar, que, além de ter treinado natação com a equipe da faculdade por um período, fazia longos percursos de bicicleta. “Isso, sem dúvida, me ajudou na preparação para as provas de corrida e natação do concurso”, finaliza.
Portas de Entrada para Engenheiros
Para aqueles que desejam seguir a carreira naval, a Marinha oferece muitas oportunidades de ingresso para engenheiros. A Comandante Natashe e o Tenente Foluke ingressaram na Força pelo concurso público do Corpo de Engenheiros da Marinha. Para participar, é necessário atender aos requisitos específicos, como ser brasileiro nato e ter menos de 35 anos até o dia 30 de junho do ano do curso. Além disso, o candidato deve ter concluído ou estar em fase de conclusão do curso de graduação em Engenharia e estar registrado no órgão fiscalizador da profissão à qual concorre.
Outra oportunidade para engenheiros é o concurso público para os Quadros Complementares de Oficiais. Para se inscrever, o candidato deve ser brasileiro nato e ter menos de 29 anos até 30 de junho do ano do curso. Também é necessário ter concluído ou estar em fase de conclusão, o curso superior da profissão à qual concorre, além de estar registrado em seu respectivo órgão fiscalizador.
Os engenheiros também podem concorrer a vagas no Serviço Militar Voluntário, de vínculo temporário e sem expectativa de permanência e estabilidade. Nesse caso, o ingresso ocorre por meio de processo seletivo conduzido pelos nove Distritos Navais. Diferentemente do concurso público, não há edital, mas sim aviso de convocação, publicado regularmente nos sites dos Distritos com todas as regras da seleção.
Acesse o site do Distrito Naval da sua região para acompanhar a publicação do Aviso de Convocação.
“Se você busca trabalhar em uma instituição baseada em valores, que oferece crescimento pessoal e profissional, e deseja atuar em projetos estratégicos voltados ao desenvolvimento do País, aqui é o seu lugar! Venha para a Marinha do Brasil e seja protagonista da evolução tecnológica e estratégica do nosso país!”, reforça a Capitão de Corveta (Engenheira Naval) Natashe.
Etapas dos Concursos
Para os candidatos que estão inscritos e participarão dos concursos públicos da Marinha do Brasil para engenheiros em 2025, atenção para as etapas e as datas das provas:
- Concurso Público para Ingresso no Corpo de Engenheiros da Marinha em 2025 (CP-CEM/2025)
A primeira etapa do concurso será dividida em duas fases, ambas de caráter eliminatório e classificatório. Na primeira, os candidatos realizarão a Prova Escrita Objetiva de Conhecimentos Profissionais (PO), composta por 20 questões, e uma redação, com duração de quatro horas.
Na segunda fase, será aplicada a Prova Escrita Discursiva de Conhecimentos Profissionais (PD) e uma tradução de texto, com duração total de cinco horas. A PO e a PD serão elaboradas com base nos programas descritos no edital.
A redação, de caráter dissertativo-argumentativo, deverá apresentar ideias claras, coerentes e objetivas sobre tema considerado relevante pela Administração Naval. Já a tradução consistirá na conversão de um texto técnico em inglês para a língua portuguesa.
Todos os candidatos realizarão a prova da primeira fase; porém, apenas os aprovados na PO participarão da segunda fase. Os que forem aprovados nas duas etapas iniciais serão convocados para as fases complementares, que incluem verificação de dados biográficos e documentos, inspeção de saúde, avaliação psicológica, prova de títulos e o Teste de Aptidão Física (TAF-i).
Datas das provas, conforme o Calendário de Eventos (Anexo II) do edital:
29 de junho de 2025 - Prova Escrita Objetiva de Conhecimentos Profissionais e Redação;
31 de agosto de 2025 - Prova Escrita Discursiva de Conhecimentos Profissionais e Tradução de Texto em Inglês; e
19 a 28 de novembro de 2025 - TAF-i.
- Concurso Público para Ingresso nos Quadros Complementares de Oficiais da Marinha em 2025 (CP-QC-CA/FN/IM/2025)
A primeira etapa é constituída por uma Prova Escrita Objetiva (PO) e uma Redação, com duração total de 5 horas. A prova contará com 50 questões, sendo 40 de conhecimentos profissionais e 10 de Inglês, elaboradas conforme a formação exigida. O exame tem caráter eliminatório e classificatório.
Os aprovados na fase inicial serão convocados para as etapas complementares, que incluem a verificação de dados biográficos e de documentos, inspeção de saúde, avaliação psicológica e o Teste de Aptidão Física (TAF-i). Nessa fase, também ocorre a prova de títulos.
Datas das provas, conforme o Calendário de Eventos (Anexo II) do edital:
24 de agosto de 2025 - Prova Escrita Objetiva de Conhecimentos Profissionais, Inglês e Redação; e
10 a 28 de novembro de 2025 - TAF-i.
Teste de aptidão física de Ingresso (TAF-i)
Para os dois concursos, o TAF-i, de caráter eliminatório, avalia se o candidato atende aos padrões físicos exigidos pela Marinha. O teste é realizado em dois dias não consecutivos e envolve provas de natação e corrida. Os critérios e tempos exigidos nos testes variam conforme o sexo do candidato e o concurso ao qual ele concorre.
Mais informações sobre as etapas dos concursos em andamento estão disponíveis nos editais, publicados no site do Serviço de Seleção do Pessoal da Marinha.

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