Mais de três semanas após o início das enchentes no Rio Grande do Sul, milhares de gaúchos seguem sem abastecimento de água. De acordo com os últimos dados divulgados pela Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), em cidades como Canoas, Esteio e Sapucaia do Sul, mais de 60 mil imóveis continuam desabastecidos. A Companhia chegou a registrar mais de 900 mil residências sem água no pico da cheia.

É neste contexto que a Marinha do Brasil (MB), por meio do Batalhão de Engenharia de Fuzileiros Navais (BtlEngFuzNav), ativou duas estações móveis para tratamento de água em Guaíba (RS). Em funcionamento desde 14 de maio, quando chegaram do Rio de Janeiro a bordo do Navio Aeródromo Multipropósito (NAM) “Atlântico”, e com o intuito de atender parte da demanda da população atingida, as estações são capazes de produzir, cada uma, 10 mil litros de água potável por hora, somando 20 mil litros em ciclos de 7 horas – entre a captação da água dos rios e o tratamento.
 

Segundo o Terceiro-Sargento (Fuzileiro Naval) Ricardo Moura, do Batalhão de Engenharia e responsável por uma das estações, os militares estiveram em seis pontos antes de encontrar um local em que pudessem montar o equipamento. “Não podia ser em local alagado e, de preferência, precisávamos de um ponto onde a água não estivesse tão barrenta“, explica.

Em parceria com a Corsan, foram conduzidos testes para verificar a pureza e a ausência de microrganismos, garantindo a segurança da água tratada. Mais de 50 mil litros de água já foram produzidos e distribuídos para o município de Eldorado do Sul (RS). O insumo está sendo coletado por dois caminhões pipa, responsáveis pela entrega à Companhia, encarregada da distribuição.

Como funcionam as estações
 

As estações de tratamento expedicionárias enviadas ao Rio Grande do Sul utilizam equipamentos de filtragem química. Durante o processo, a água diretamente captada dos rios é tratada com alúmen, carbonato de sódio e cloro, além de decantada e filtrada. O resultado é água potável e pronta para o consumo humano, recurso de extrema importância para tropas em operação ou em situações de desastres que ocasionam o desabastecimento de água. O processo que trata água doce é diferente das estações usadas em navios da Marinha, por exemplo, que utilizam equipamentos de filtragem por osmose reversa – quando há a necessidade de dessalinização da água.                                            

Operação  “Taquari 2”

Desde o dia 30 de abril, militares da Marinha atuam junto às cidades gaúchas atingidas pelas chuvas. A Força já empregou 11 helicópteros, 9 navios, 50 embarcações e 70 viaturas para prestar auxílio à pulação gaúcha; e já transportou 390 toneladas de donativos e 130 mil litros de água engarrafada; também realizou cerca de dois mil resgates até o momento.

Além disso, a Marinha enviou ao RS um Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais em Apoio à Defesa Civil, esquadrões aéreos e mergulhadores. Para apoiar o sistema de saúde local, a Força também instalou um Hospital de Campanha (Hcamp) em Guaíba e emprega equipes médicas no atendimento à população nos municípios do sul da Lagoa dos Patos, além do transporte de pacientes que precisam de atendimento em uma “Ambulancha”, embarcação equipada para oferecer suporte à saúde das vítimas.

*Com a colaboração de CT (T) Fabrício Costa

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Comentários

Interessante (não verificado) Qui, 23/05/2024 - 11:55

parabéns a marinha

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