Entre os dias 3 e 5 de junho, delegações das Marinhas do Brasil (MB) e dos Estados Unidos estiveram reunidas na Escola de Guerra Naval, no Rio de Janeiro (RJ). O encontro integrou a 19ª edição do Comitê Naval Operativo (Maritime Staff Talks 2025), promovido pelo Comando de Operações Navais. As discussões abordaram temas como segurança marítima, operações combinadas e cooperação internacional.

Participaram do evento 71 militares e representantes do setor de Defesa dos dois países. A delegação norte-americana contou com integrantes das Forças Navais e Forças Especiais do Comando Sul, do Comando da África, da Guarda Costeira, da Força-Tarefa Conjunta Interagências Sul e do Corpo de Fuzileiros Navais.

Um dos destaques do comitê foi a atenção dedicada ao emprego de sistemas de defesa não tripulados pela MB. Veículos aéreos e de superfície autônomos, utilizados para reforçar a vigilância e a segurança das águas jurisdicionais brasileiras, representam parte desses recursos. Integradas ao Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), essas tecnologias permitem monitoramento contínuo de áreas estratégicas, com redução de riscos aos militares e maior eficiência em missões de patrulhamento e reconhecimento. Os sistemas também contribuem no combate ao tráfico de drogas, à pesca ilegal e no incremento da capacidade de resposta em emergências ou conflitos.

A troca de experiências entre as Marinhas do Brasil e dos Estados Unidos foi destacada como um dos fatores para o êxito do evento, segundo o Subchefe de Assuntos Internacionais do Estado-Maior da Armada, Contra-Almirante Leonardo Cavalcanti de Souza Lima. “É essencial mantermos contato estreito com países que mantêm relações diplomáticas com o Brasil, promovendo colaborações e cooperações mútuas. Isso não é diferente com os Estados Unidos. Estamos aqui trocando pontos de interesse entre as duas nações, para que nossas Marinhas se mantenham em elevado nível de prontidão e possam contribuir mutuamente”, afirmou o Almirante Leonardo Lima.

Para a Marinha norte-americana, as relações com o Brasil também precisam ser cultivadas. A extensão da Amazônia Azul é um dos pilares que garantem ao País uma projeção internacional estratégica. Para o Comandante das Forças Navais do Comando Sul dos EUA, Contra-Almirante Carlos Sardiello, essa edição do CNO reforça a importância do trabalho conjunto.

“Os dois países têm uma longa história de cooperação, fruto, também, das edições dos Comitês Navais Operativos (CNO). É muito importante que as nossas Marinhas trabalhem juntas agora e no futuro, superando os desafios compartilhados. E essa oportunidade nos ajuda, justamente, a planejar esse futuro”, disse o chefe da delegação dos Estados Unidos.

A realização anual é um dos diferenciais do evento em relação a outros comitês internacionais. A assinatura conjunta da ata marcou o encerramento do 19° Comitê Naval Operativo, cujos acordos firmados em 2025 serão revisitados na próxima edição. Entre os principais destaques da parceria entre as duas Marinhas estão as operações combinadas, como a Unitas e a Obangame Express, além da previsão de novos exercícios, cursos e adestramentos conjuntos.

O Comandante de Operações Marítimas e Proteção da Amazônia Azul e Subchefe de Operações do Comando de Operações Navais, Contra-Almirante Alexandre Itiro Villela Assano, destacou os principais resultados do evento. “Durante os três dias, foram abordados diversos temas de interesse do Brasil, como cooperação tecnológica, técnicas e procedimentos para novas operações, além do emprego de veículos autônomos ou remotamente pilotados, de superfície, aéreos e submarinos. Esses intercâmbios aumentam nossa interoperabilidade e fortalecem a atuação conjunta entre as Marinhas”, concluiu o Contra-Almirante Assano.

Marinha dos Estados Unidos visita instalações brasileiras

Além dos acordos firmados, a delegação dos Estados Unidos visitou instalações operativas, culturais e de ensino da MB. No primeiro dia do comitê, o grupo esteve no Centro de Adestramento Almirante Marques de Leão (CAAML) e no Comando-em-Chefe da Esquadra (ComemCh). No segundo dia, os representantes conheceram o Museu Naval, o Espaço Cultural da Marinha e a Ilha Fiscal.

A visita foi conduzida pelo Diretor do Departamento de Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha (DPHDM). Durante o tradicional trajeto até a Ilha Fiscal, os norte-americanos puderam conhecer aspectos da história naval brasileira e da parceria de mais de um século entre os dois países. A delegação também visitou o Navio-Museu “Bauru”, contratorpedeiro adquirido pelo Brasil junto aos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial. O evento foi encerrado com uma audiência junto ao Comandante de Operações Navais.

A Capitão de Mar e Guerra Patricia Ajoy, do Comando das Forças Navais do Comando Sul dos Estados Unidos, destacou a importância da experiência. 

“Aprendi muito sobre a Marinha do Brasil e sua rica história. Tivemos conversas produtivas sobre como continuar atuando de forma conjunta, preservando nosso legado e construindo um futuro comum”, declarou a oficial.

Galeria de Fotos

Conheça o Flickr
. . .

Comentar

O conteúdo deste campo é privado e não será exibido ao público.

Texto puro

  • Nenhuma tag HTML permitida.
  • Quebras de linhas e parágrafos são feitos automaticamente.
  • Endereços de página da web e endereços de e-mail se tornam links automaticamente.