Enchentes, deslizamentos, tempestades e secas. O que eram fenômenos climáticos isolados, distantes e eventuais tornaram-se ocorrências mais constantes, próximas e inevitáveis. Ao perceber essa tendência, a Marinha do Brasil (MB) se uniu à Fundação Getúlio Vargas (FGV) para promover o seminário “Tripla Hélice como condutora de soluções inovadoras para enfrentamento de desastres naturais”. O evento aconteceu nesta terça-feira (12), no Río de Janeiro (RJ), com o propósito de desenvolver um ecossistema de inovação que proteja vidas e fortaleça a sociedade brasileira.

O conceito da Tripla Hélice é um modelo que fomenta a inovação por meio da colaboração entre diferentes áreas do conhecimento. Por isso, o seminário contou a presença de diversas autoridades, como os presidentes da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Luiz Césio Caetano, e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), Caroline Alves, além do Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, Almirante de Esquadra Carlos Chagas Vianna Braga, e do Diretor-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM), Almirante de Esquadra Alexandre Rabello de Faria, que participaram da sessão de abertura do evento juntamente com o Assessor Especial da Presidência da FGV, Bianor Scelza Cavalcanti, entre representantes da FINEP, EMBRAER e BNDES.

Coube ao Keynote speaker Henry Etzkowitz proferir a primeira palestra. Com o título "Convergence of Societal and Natural Crises: The Triple Helix Solution" (Convergência de crises sociais e naturais: a solução da Tripla Hélice), o americano destacou que a inovação acontece na interseção de esferas institucionais como o governo, a academia e a indústria, que compõem os três eixos de uma ação integrada para beneficiar o público.

Na sequência, foi a vez do Secretário Nacional de Proteção de Defesa Civil, Wolnei Wolff Barreiros, falar sobre uma parceria que veio do outro lado do mundo. "A nossa relação com o Japão começou em 2012, no pós desastre da Região Serrana do Rio, quando um amontoado de blocos desceu montanha abaixo, devastando tudo o que encontrou pela frente, matando pessoas", lembrou.

Em seguida, o Comandante do Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo (CIASC), Contra-Almirante Elson Góis, destacou a experiência dos Fuzileiros Navais no controle de danos em desastres extremos, com ênfase nas necessidades e oportunidades para inovações tecnológicas e iniciativas empreendedoras. "A nossa pronta resposta foi muito bem apresentada no Sul.  Por isso, chegamos prontos para resolver ações que foram planejadas. Imagina a experiência que a Marinha tem na logística para transportar diversos meios e equipamentos, a fim de enfrentar essas crises", afirmou.

Além disso, o professor Luiz Duque revelou que a FGV pretende criar um Centro de Estudos de Preparação e Recuperação. "É um centro que pretende capturar desenvolver estudos para a compreensão dos processos de recuperação e reparação que ocorrem em desastres naturais, com uma perspectiva interdisciplinar e utilizando o conhecimento acumulado", garantiu.

No segundo painel, foi debatido como a Tripla Hélice pode conduzir soluções inovadoras no Brasil. Seis painelistas se apresentaram: Carlos Aragão, Diretor de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da FINEP; Gabriel Aidar, Superintendente de Planejamento e Pesquisa Econômica do BNDES; Dario Oliveira, professor da FGV; Mariza Costa Almeida, professora da UNIRIO; Eric Cardona, Coordenador de Pesquisa Desenvolvimento e Inovação na FIRJAN e Sergio Alves, Diretor de Inteligência, Estratégia de Mercado e Novos Produtos da Embraer.

Exposição de viaturas blindadas, armamentos e materiais do CFN

O Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) da Marinha do Brasil montou uma exposição de veículos blindados nos arredores do Centro Cultural da FGV, onde ocorreram as palestras do seminário. Quem foi ao local, pode conhecer de perto e tirar fotos dentro do JLTV, carro mais moderno do CFN, do Carro Lagarta Anfíbio (CLAnf), que foi muito utilizado nas pacificações de comunidades do Rio de Janeiro e nas enchentes do Rio Grande do Sul, e da Viatura Blindada Piranha, que foi amplamente empregada nas missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU).

Além disso, o público também pode conhecer os equipamentos, armamentos e uniformes utilizados pelos Fuzileiros Navais nos diversos tipos de operações. Estavam em exposição desde barracas montadas como base para atuação em lugares ermos até materiais de uso em atividades de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (DNBQR).

 

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