Desde os primeiros momentos da situação de calamidade causada pelas chuvas no Rio Grande do Sul, homens e mulheres dispuseram-se a arriscar a própria segurança em prol do próximo. Entre eles, há pilotos e tripulantes de resgate, como a equipe do 1° Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral do Sul (EsqdHU-51). O esforço já foi reconhecido, inclusive, por crianças, que fizeram questão de expressar sua admiração por meio de desenhos (confira exemplos ao fim da matéria).
O Comandante do EsqdHU-51, Capitão de Fragata Glaucio Alvarenga Colmenero Lopes, relata que, nos primeiros dias de atuação, o Esquadrão realizou diversos resgates. "No entanto, a emoção a cada resgate, a cada vida içada pelo guincho da aeronave, ou pelo simples embarque das pessoas na aeronave quando conseguíamos realizar um voo 'leve nos esquis' sobre o telhado, nos proporcionava a sensação de que estávamos cumprindo nossa missão", conta.
Não é uma missão simples. Segundo o Capitão de Fragata Colmenero, o resgate por içamento com o guincho demanda atenção e concentração especiais da equipe, ainda mais em situações como a encontrada atualmente em diversos pontos do RS, com cidades e bairros submersos, condições meteorológicas adversas e tráfego intenso de helicópteros. "Dessa forma, a emoção e a felicidade nos envolviam durante o translado do local do resgate para a área de evacuação, observando a mistura de alívio das pessoas por terem sido salvas e o choro, tristeza, por terem perdido suas casas, pertences e familiares", acrescenta.

Nesse contexto, algumas crianças precisaram ser resgatadas sem a companhia de seus pais, seja porque estes não estavam presentes no momento da tragédia ou devido à limitação do helicóptero, que não permitia o resgate simultâneo de muitas pessoas. Como havia mais de um helicóptero na operação de salvamento e diferentes áreas de evacuação, era necessário que pais e filhos fossem momentaneamente separados.
Sendo assim, cada pouso em um campo de evacuação trazia um alívio para a equipe. "As pessoas eram acolhidas por voluntários, que auxiliavam no controle do desembarque. Durante nossos breves pousos, testemunhamos o reencontro de alguns familiares e amigos", afirma o Comandante do Esquadrão. Como também relata o Suboficial Lauro Cassol Jaques, tripulante de resgate do EsqdHU-51, é gratificante poder trazer um pouco de conforto e esperança em meio à devastação.
Essa esperança reflete-se, justamente, por meio do olhar infantil. Crianças do RS, mesmo aquelas que acompanham a distância o trabalho dos pilotos e tripulantes, vêm encaminhando desenhos para as equipes, demonstrando interesse e admiração. “Vários pilotos e equipes de diferentes Forças receberam desenhos de crianças agradecendo e dizendo que, naquele momento, éramos os heróis delas", diz o Capitão de Fragata Colmenero.
Embora árduo, o cumprimento do dever dos militares permite que muitas famílias tenham o sofrimento amenizado em meio à calamidade. Nesse sentido, das diversas missões que o Esquadrão HU-51 realiza, para o seu Comandante não restam dúvidas: a melhor é salvar vidas.


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