O Brasil esteve presente na primeira edição da AMAN Dialogue, conferência promovida pela Marinha do Paquistão, como parte do exercício marítimo internacional AMAN 2025. Representado pela Marinha do Brasil (MB), o País foi convidado a apresentar um dos painéis sobre economia azul, objeto de estudo e de ações apoiados e desenvolvidos pela Força Naval brasileira na defesa dos interesses nacionais. O evento aconteceu nos dias 8 e 9 de fevereiro, na Academia Naval do Paquistão, na cidade de Karachi.
Sob o tema “Mares seguros, futuro próspero”, o evento reuniu chefes de Marinhas, Guardas Costeiras e Forças de Defesa de cerca de 60 países, além de acadêmicos e especialistas em segurança para debater e formular estratégias para conter o surgimento de ameaças marítimas. Segundo o Chefe do Estado-Maior da Marinha paquistanesa, Almirante Naveed Ashraf, o encontro abriu caminho para fortalecer o compartilhamento de informações e fomentar a cooperação tecnológica.
O Comandante de Operações Marítimas e Proteção da Amazônia Azul (COMPAAz), Contra-Almirante Alexandre Itiro Villela Assano, explica que o comércio marítimo tem papel primordial para as exportações brasileiras. “Essa realidade do Brasil, de mais de 97% do comércio exterior ser feito pelo mar, é uma realidade global: 80% do comércio mundial é transportado pelo mar. É por isso que os temas ‘segurança marítima’ e ‘economia azul’ são de interesse de todos os países que possuem acesso ao mar”, afirmou ele, que conduziu a palestra e participou dos debates.

O uso econômico sustentável dos oceanos depende, dentre outros fatores, da segurança marítima, incluindo o combate a crimes ambientais e marítimos, como a pirataria. Esses assuntos também pautaram as discussões. “Aquela região recebe muito tráfego de interesse nosso. Em 2022, foram movimentados mais de 1,4 bilhão de dólares entre Brasil e Paquistão, fora os demais países da região. O que acontece lá é de interesse do Brasil também. E não tem como falar em segurança marítima hoje em dia sem falar em cooperação internacional”, explica Almirante Assano.
O que é a Economia Azul?
A Economia Azul é definida pelo Grupo Banco Mundial como “o desenvolvimento sustentável e integrado de setores econômicos em oceanos saudáveis”. No Brasil, mais de 20 milhões de brasileiros, inclusive aqueles que atuam no campo, têm suas atividades envolvidas com o mar. Os setores econômicos atrelados à faixa oceânica e à economia costeira e litorânea, que se associa indiretamente ao mar, por ser desenvolvida nos municípios adjacentes ao Oceano Atlântico, podem chegar a 16% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
Segundo a Diretoria-Geral de Navegação (DGN) da Marinha do Brasil, a atual contribuição do oceano para a economia nacional já tem um valor agregado de mais de R$ 1,74 trilhão. Retiram-se dos mares 45% do pescado consumido no País e, na plataforma continental brasileira, estão instalados cabos submarinos que transmitem mais de 95% dos dados de internet, interligando o Brasil com o mundo. Além disso, o subsolo marinho dispõe de grande quantidade de nódulos polimetálicos, compostos de elementos estratégicos como cobalto, níquel, cobre e carbonato de cálcio.
Intercâmbio de dados
O COMPAAz é um exemplo dessa colaboração, visto que para monitorar o tráfego para além das águas jurisdicionais brasileiras, em regiões de interesse para o País, precisa de dados fornecidos por órgãos de diversos países, como Estados Unidos, Canadá, Itália e Singapura. Em contrapartida, o Comando compartilha seus registros. “Essas informações são importantes para que o COMPAAz acompanhe nosso tráfego marítimo de interesse, os navios com a bandeira brasileira, buscando manter a segurança deles em qualquer lugar do mundo”, conta Assano.

Em proveito do evento, a MB deu início às tratativas com a Marinha do Paquistão para incluir o país asiático entre os parceiros do COMPAAz. “Tivemos uma reunião bilateral com o Comandante Naval de Karachi, que é a principal região marítima deles, e já estabelecemos o contato para que possamos fazer o intercâmbio de informações com o JMICC, Joint Maritime Information Coordination Centre, organização homóloga do COMPAAz naquele país”, adianta o Comandante do COMPAAz.
Capa: Marinha do Paquistão
Comentários
Eu quero muito servir a marinha fuzileira naval mais não tenho condições de pagar infelizmente 😔😔
Pra um ótimo negócio pra nosso Brasil
Seria um prazer servir a Marinha Naval
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