O grupo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil (MB), que atua na Missão de Desminagem Humanitária na Colômbia, desde 2006, está entre os três finalistas do Prêmio Faz Diferença O Globo, na categoria Mundo. A indicação foi confirmada, neste sábado (13), em reportagem publicada no jornal. 
Os campos minados representam um dos maiores perigos para a população da Colômbia. A atuação do grupo de militares estrangeiros, que também inclui brasileiros, arriscando diariamente suas vidas, contribui para preservar e salvar vidas, reduzindo o número de vítimas atingidas por minas terrestres. 


O número de vítimas, incluindo mortes e ferimentos, causados por minas terrestres, caiu de 2.200 em 2006 para 166, em 2023.
A atuação dos militares brasileiros contribuiu para que a Colômbia saísse da 2a posição do ranking de país com mais minas terrestres no mundo (atrás apenas do Afeganistão) para a 9a colocação. Atualmente, o país dispõe de aproximadamente 8.700 militares e civis qualificados para atuar contra as minas.


Na votação do jornal O Globo, o grupo internacional de militares está representado pelo Capitão de Mar e Guerra (Fuzileiro Naval) Leonel Mariano da Silva Júnior, atual Chefe do Grupo de Monitores Interamericanos de Desminagem Humanitária na Colômbia, que verifica e certifica o trabalho das organizações que realizam a desminagem.
Os vencedores do Prêmio Faz Diferença serão conhecidos no dia 11 de maio. A cerimônia de premiação será no dia 19 de junho, na Casa Firjan, no Rio de Janeiro. 
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Operações de desminagem humanitária

O Brasil não possui minas terrestres espalhadas pelo seu território, mas detém especialistas em desativação e destruição de artefatos explosivos. Há 30 anos, os militares atuam em operações de desminagem humanitária na América Latina e na África. É o caso da Angola, Costa Rica, Equador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Peru e Suriname. 
 

Atualmente, militares brasileiros da Marinha e do Exército, indicados pelo Ministério da Defesa, estão presentes na Colômbia. O grupo de Fuzileiros Navais compõe parte da missão da Junta Interamericana de Defesa e da Organização dos Estados Americanos (OEA) que se dedica a monitorar operações, prestar assessoria e capacitar os militares colombianos para a desminagem humanitária. “Desde 2006, a proporção de municípios colombianos livres de minas praticamente dobrou, chegando a 80%. Nesse apoio, a atuação de pessoal da Marinha do Brasil reforça a solidariedade entre nações e permite uma gratificante contribuição para a proteção de vidas e para o desenvolvimento, possibilitando o uso das terras e escoamento dos produtos. Ressalta-se, ainda, o papel da Junta Interamericana de Defesa, organismo multilateral facilitador de parte relevante desse apoio", explica o Capitão de Mar e Guerra (FN) Leonel Mariano.

Marinha no Prêmio Faz Diferença

A Marinha venceu três vezes o Prêmio Faz Diferença. Todas na categoria Mundo. Em 2013, com o Capitão de Mar e Guerra (Fuzileiro Naval) Alexandre Feitosa. O militar fez parte da missão precursora, composta por seis observadores internacionais, enviada pela ONU à cidade de Damasco com o objetivo de preparar o caminho para a chegada de outros monitores encarregados de fiscalizar o cumprimento do cessar-fogo entre os partidos em litígio na Síria.   
Em 2016, foi a vez do Capitão de Fragata Alexandre Amendoeira Nunes. Como Comandante da Corveta “Barroso”, ele resgatou 220 refugiados no Mar Mediterrâneo, em uma operação inédita para a MB.
Já em 2020, coube a Capitão de Corveta (Quadro Técnico) Marcia Braga levar o troféu pelo trabalho de assessora de gênero militar na Minusca, a missão da ONU na República Centro-Africana. Ela articulou soluções para proteger a população, em especial mulheres, do conflito civil.

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