Os moradores da Colônia de Pescadores Z3, que fica em Pelotas (RS), no sul do Rio Grande do Sul, viram o sossegado lugar onde moram e tiram sua subsistência, a grande maioria da pesca artesanal, se transformar em um cenário de desastre nos últimos dias. A vila, localizada às margens da Lagoa dos Patos, foi uma das mais atingidas pela enchente na cidade. Em meio a essa situação, a presença da equipe médica da Marinha do Brasil (MB) na região busca fortalecer a resposta à emergência de saúde, oferecendo cuidados essenciais de médicos e enfermeiros, e mais confiança e conforto aos moradores da região. Segundo a Prefeitura de Pelotas, a Colônia Z3 é o aglomerado mais populoso da zona rural da cidade. Na localidade, residem cerca de 5 mil pessoas.

As águas que invadiram residências ainda não baixaram e muitos moradores ficaram desabrigados, forçados a buscar abrigo em escolas e igrejas, improvisadas como centros de acolhimento emergenciais. Os atendimentos médicos às famílias, muitas crianças e idosos, são realizados nesses abrigos, em acampamentos improvisados e, também, por equipes volantes que realizam busca ativa nas residências, além de apoiar os pacientes em um posto de saúde municipal. 
 



Nesta sexta-feira (17) uma equipe com quatro médicos e quatro enfermeiros saiu do Navio-Aeródromo Multipropósito “Atlântico”, que está atracado em Rio Grande (RS), e atendeu 61 pessoas ao longo do dia. Segundo Adriene Oviedo Lemos, de 67 anos, o sentimento predominante, mesmo diante das dificuldades, é de gratidão. Ela mora desde os 12 anos na Colônia Z3 e sempre trabalhou na região com limpeza e salga de peixe, um dos processos mais antigos de conservação do pescado, que consiste na remoção da água e incorporação de sal. “Muita gratidão a todas as pessoas, que assim como vocês, nem conhecem a gente e estão aqui ajudando de todas as formas, seja com alimentação ou com monitoramento da saúde. Eu só tenho gratidão pela vida, por ter tido a oportunidade de me salvar. A gente perdeu muita coisa, mas tenho esperança que vamos reconquistar. Muito obrigada por vocês estarem aqui, eu até me emociono, mas eu vejo que estamos nessa situação, mas vocês estão com a gente”, relata.

Gratidão também é o sentimento do pescador aposentado Aldo Freitas da Silva, de 62 anos, que relembra os momentos de terror que viveu com a subida das águas. “Eu fiquei apavorado com tudo que aconteceu, nunca tinha visto nada parecido antes, mas se eu posso dizer uma coisa de bom, foi ver a ajuda de todos. Foi fora de série, vindo de todas as partes. É muito emocionante, passar por uma enchente dessa e ter o Brasil todo ajudando. O que eu posso sentir é orgulho”. 

Operação “Taquari 2”

Atuantes na calamidade desde o dia 30 de abril, militares da Marinha continuam a reforçar as ações junto às cidades gaúchas atingidas pelas chuvas. Cerca de 2.000 pessoas já foram resgatadas pelos militares da MB e a Força Naval mobilizou 11 aeronaves, 9 navios, 50 embarcações e 70 viaturas para prestar auxílio. Além disso, desde o dia 9 de maio, a Unidade Médica Expedicionária da Marinha (UMEM) vem empreendendo ações de assistência à saúde no Hospital de Campanha (HCamp), em Guaíba, o que contribui para aliviar o fluxo nos hospitais da região.

O Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) “Atlântico”, maior navio da Marinha, e a Fragata “Defensora” chegaram a Rio Grande, no dia 11 de maio, com 154 toneladas de donativos (saiba mais aqui). No total, desde 1º de maio, a Marinha já transportou para o RS mais de 390 toneladas de donativos e 130 mil litros de água. Clique aqui e confira mais detalhes sobre o esforço logístico da MB na Operação “Taquari 2”.

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