Brasília (DF) sedia, até esta quinta-feira (5), a 35ª Reunião de Administradores de Programas Antárticos Latino-Americanos (RAPAL), com representantes de oito países, dos quais seis possuem bases científicas no continente branco. O Brasil lidera o grupo de trabalho responsável por propor estudos conjuntos sobre as mudanças na região antártica e suas consequências sobre o clima e a biodiversidade mundiais, contribuindo para o planejamento do 5º Ano Polar Internacional, marcado para 2032.
“Nossa intenção, hoje, é fazer uma proposta para que se planeje e que se vislumbrem possibilidades de cooperação, tanto na parte logística operacional, que fica a cargo da Marinha, como na parte de cooperação em pesquisa e ciência, que fica a cargo do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação”, afirma o Presidente da RAPAL e Secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), Contra-Almirante Ricardo Jaques Ferreira, da Marinha do Brasil.
A agenda também prevê debate sobre projeto de estudo a respeito da contaminação do ambiente marinho costeiro da Ilha Rei George com microplásticos e sobre medidas de prevenção e controle de gripe aviária na região. Segundo o Almirante, a reunião é uma oportunidade de compartilhar informações e experiências entre os programas antárticos de cada país, além de aprimorar o Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR).
“Quando estudamos a Antártica, compreendemos melhor os problemas e os fenômenos globais de caráter oceanográfico, climático, que estão afetando o planeta em nível global e isso nos ajuda, em nível nacional, a tomar medidas preventivas e a promover a ciência em nossos países e, assim, unir esforços com outros continentes e outros centros do saber”, explica a Co-Presidente da RAPAL, María Elvira Velásquez, do Ministério de Relações Exteriores do Peru.
Após três dias de discussões será produzido um relatório final com sugestões de ação dos países latino-americanos a ser apresentado ao Comitê Científico de Pesquisa Antártica, do qual fazem parte 46 países membros. A instituição é responsável por promover, juntamente com Comitê Científico Internacional do Ártico, o Ano Polar Internacional, que visa a produzir conhecimento para ação com relevância social e incentivar a divulgação aberta de dados científicos.
O Programa Antártico Brasileiro
Criado em 1982, o Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) é o projeto científico mais longevo do Brasil e vem garantindo progresso nos estudos sobre fenômenos naturais que ocorrem no continente gelado e que, consequentemente, influenciam o meio ambiente em todo o mundo. Anualmente, ele planeja, coordena e executa a Operação Antártica (OPERANTAR), cuja 43ª edição terá início em outubro próximo.
Os trabalhos são desenvolvidos em campo e a bordo da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), localizada na Ilha Rei George, que conta com uma das estruturas mais seguras e modernas da região, com 17 laboratórios e tecnologia sustentável. O Navio de Apoio Oceanográfico “Ary Rongel”, o Navio Polar “Almirante Maximiano”, além das estações estrangeiras parceiras do Brasil, também são recursos utilizados na operação.
Assista ao vídeo:
youtube[https://www.youtube.com/embed/Ny9fdS-KLR8?rel=0&]
Comentar