Construído na Inglaterra e Incorporado à Marinha do Brasil (MB) em 18 de setembro de 1998, o Navio-Patrulha “Babitonga” foi o único meio a transportar combustível, ainda no início da tragédia no Rio Grande do Sul, para as equipes que atuam no apoio humanitário. Essa foi uma das ações mais importantes nos quase 26 anos de serviços prestados à sociedade.

Após ser enviado, para reforçar os meios que já prestavam ajuda para a população gaúcha desde o dia 30 de abril, o navio conhecido como P-63, desatracou na manhã do dia 6 de maio com os 39 tripulantes, além de um médico e dois mergulhadores que foram incorporados para ativar mais uma força-tarefa na missão. Na carga, 12 mil litros de combustível, cinco mil litros de água, uma tonelada de suprimentos e muita esperança.

O Comandante do navio, Capitão de Corveta Davi Pita Vieira, destaca o papel do “Babitonga” diante desse cenário. “O navio foi empregado para prestar o apoio humanitário, mas não esquecemos também da importância em levar suporte e ajuda logística para as equipes de resgate, garantindo o abastecimento e permanência delas nos locais atingidos”.
 

  

Confira aqui mais detalhes sobre esse transporte inédito.

Logística para atracação

A atenção durante a navegação do “Babitonga” nos canais estreitos de acesso à Lagoa dos Patos e a Porto Alegre, que têm uma média de 200 jardas (equivalente a 182 metros) de largura, precisou ser reforçada, inclusive, pela perda dos balizamentos que deveriam estar dispostos nos canais, mas foram levados pelas enchentes. Além disso, atracar na região tornou-se um desafio logístico, como explica o Comandante Pita, uma vez que a elevação do Rio Guaíba deixou o cais totalmente submerso.

“Durante a navegação encontramos fatores ambientais adversos como a forte correnteza no sentido contrário ao deslocamento, condições de baixa visibilidade e observamos também a falta das balizas de sinalização náutica, o que obrigou o navio a adotar uma operação mais cautelosa com a redução da velocidade”, explicou.


“Bom de faina! Sempre pronto!”

Esse é o lema do navio. A frase reafirma a força do “Babitonga” durante os 13 dias de contribuições no Rio Grande do Sul. Após regressar com a sua tripulação de Porto Alegre para Rio Grande, no último dia 17, o Navio permanece empregado e à disposição da Operação “Taquari II”.

O nome de batismo, “Babitonga”, se refere à maior baía navegável do estado de Santa Catarina. Em rotina, o Navio tem atuação na área litorânea dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a partir de operações de defesa dos Portos, controle de área marítima restrita, minagem defensiva, operações de socorro, além de ter a patrulha naval como principal missão.

A embarcação tem 47,60 metros de comprimento, propulsão de dois motores a diesel, duas hélices de quatro pás e a velocidade máxima é de 14 nós. Também possui uma lancha de casco semirrígido, com capacidade para 10 homens, e um bote inflável para até seis militares. Entre os destaques na participação em comissões estão: “Deportex-Sul” (2010); “Unitas LVI” (2015) e edições da Operação “Ágata”. Ao todo, o navio reúne 1.452,5 mil dias de mar.

Cronologia do “Babitonga” na missão


   • 4 de maio - Chega a determinação de preparação e prontidão do navio para desatracar a qualquer momento de Rio Grande, rumo a Porto Alegre, com a missão de abastecer os meios que atuavam na cidade, uma vez que a Capitania dos Portos já estava inundada;
   • 5 de maio - O comando do navio recebe mais uma missão: transportar mantimentos doados por militares e também pela sociedade;
   • 6 de maio - O Navio-Patrulha “Babitonga” parte, completamente abastecido, com 12 mil litros de combustível, cinco mil litros de água e uma tonelada de alimentos, roupas, cobertores e materiais de limpeza;
   • 8 de maio - Após dois dias de navegação crítica, o Navio-Patrulha “Babitonga" fundeia a 600 metros do Porto de Porto Alegre e conta com a logística de três embarcações miúdas (lanchas e botes) para transferir as doações mais leves ao posto de coleta na altura do Gasômetro;
   • 9 de maio - Equipe do Jornal Nacional embarca para a transmissão do programa ao vivo e de forma inédita, a bordo do navio, com o jornalista William Bonner; e
   • 10 de maio - Militares do “Babitonga”, em conjunto com o Exército Brasileiro, realizaram uma manobra pioneira na região para transferir a carga de combustível da embarcação para o solo: eles utilizam uma espécie de balsa militar com guindaste acoplado.

. . .

Comentar

O conteúdo deste campo é privado e não será exibido ao público.

Texto puro

  • Nenhuma tag HTML permitida.
  • Quebras de linhas e parágrafos são feitos automaticamente.
  • Endereços de página da web e endereços de e-mail se tornam links automaticamente.